quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O TEMIDO POTE 4

Com os cabeças de chave definidos através do ranking da Fifa divulgado no final de Agosto, ficou estabelecido que o pote 4, repleto de campeões mundiais e seleções tradicionais do velho continente, seria o responsável por armar  dois, ou talvez três grupos da morte. A França, vigésima primeira colocada no ranking da Fifa, entrou no pote 4 de ultima hora, no grito e na movimentação politica da UEFA, dirigida por  Michel Platini. Ameaçada de cair em um grupo com outros dois campeões mundiais, os Les Bleus conseguiram fugir a priori do pote 2 - que contém Chile, Equador e os cinco representantes africanos - inchando o pote europeu e forçando um pré sorteio que dirige um dos europeus para o grupo de um dos cabeças de chave sul-americano - Brasil, Argentina, Uruguai ou Colômbia. Eis as nove seleções que habitam o temível pote 4 que pode jogar até duas seleções no caminho brasileiro na primeira fase:
A França   tentará  apagar a péssima imagem deixada no último mundial - quando foi eliminada na primeira fase - e do sufoco que passou contra a Ucrânia na repescagem. O time comandado por Didier Deschamps atua no 4-3-3. A dependência de Ribery é bastante sentida. O meio-campo é  talentoso, porém a juventude do tridente Cabaye, Matuidi e Pogba fazem da França um time pouco confiável na criação. No comando de ataque, Benzema - em má fase no Real Madrid -  deve travar um duelo acirrado com Giroud em busca da titularidade. Pela direita do ataque, Valbuena vem ganhando espaço, deixando os badalados Nasri e Remy no banco, como no jogo decisivo contra a Ucrânia em Saint Dennis. O ponto fraco dos Les Bleus esta na defesa; após a derrota contra a Ucrânia, Deschamps desfez a dupla de zaga titular - formada por Koscielny e Abidal - dando confiança para Varane do Real Madrid e Sakho do Liverpool. Os laterais são Debuchy e Evra, enquanto no gol Hugo Lloris do Tottenham segue soberano.


A Inglaterra de Roy Hodgson vem ao Brasil com a sua habitual solidez britânica e  o pouco brilho característico dos últimos mundiais. Postado sempre no 4-4-1-1, o English Team volta a apostar nas duas linhas de 4 e no talento de Wayne Rooney. O craque do Manchester United vem atuando como segundo atacante, um pouco mais recuando, servindo  Sturridge do Liverpool. No meio-campo bons nomes para acompanhar Steven Gerrard: Carrick, Wilshere e Cleverley disputam a vaga de primeiro volante, enquanto Lampard deve ficar como opção no banco. Na ponta direita, o jovem Townsend acabou se consagrando no final das eliminatórias como um dos heróis da classificação; na esquerda, sem muitas opções, Welbeck acabou atuando pelo setor, mas nos últimos amistosos até mesmo Lallana do Southamptom foi testado. Na lateral direita Glenn Johnson vai precisar correr para recuperar a posição; Smalling vem ganhando espaço e foi o titular na reta final das eliminatórias. Na lateral esquerda Rodgson deu a titularidade para Leyton Baines do Everton por sua qualidade no apoio. O miolo de zaga também foi renovado, os jovens  Cahill e Jagielka fecham a defesa. No gol, apesar de ter parado na reserva nos últimos jogos do Manchester City, Joe Hart segue intocável.
 
A Azzurra vem ao Mundial com a base vice-campeã da ultima Eurocopa. Cesare Prandelli tenta implantar um novo estilo a Itália, distante do catenaccio de outrora. La Nazionale atua no 4-3-1-2 com a base da Juventus, bicampeã nacional. Andrea Pirlo é a referencia no meio-campo, regendo a orquestra como primeiro volante. No amistoso contra a Alemanha em Novembro, Marchisio e Thiago Motta - que disputa a posição com Daniele De Rossi - ficaram com a missão de dar equilíbrio ao meio campo. Na criação, ora pelos extremos, ora pelo centro, Montolivo fecha o losango do meio campo como armador. No ataque, Prandelli vem quebrando a cabeça para achar o parceiro ideal para Balotelli. Contra a Alemanha jogou Osvaldo, mas Florenzi, Insigne e Candreva seguem na disputa. A defesa conta com a dupla de zaga da Juventus - Bonucci e Barzagli. Nas laterais a disputa segue aberta. Pela direita Abate e Maggio brigam pela titularidade, enquanto pela esquerda Criscito, Pasqual e Balzaretti seguem com chances.
 
Portugal vem ao Mundial após vencer a repescagem contra a Suécia graças aos gols de Cristiano Ronaldo. Segundo no Grupo F das Eliminatórias, atrás da Rússia de Fabio Capello, o time dirigido por Paulo Bento chega uma vez mais distante dos principais favoritos. O time atua no 4-3-3, explorando os contra-ataques puxados por Nani e Cristiano Ronaldo. No meio campo, João Moutinho é a grande referência na criação. A defesa conta com João Pereira e Fabio Coentrao como laterais, e a dupla de zaga é formada pelos ríspidos Pepe e Bruno Alves. Rui Patricio é um goleiro sempre sujeito a chuvas e trovoadas, e assim como o centroavante Helder Postiga, representam um dos pontos débeis dessa seleção portuguesa.


A Holanda, algoz brasileira do último mundial,  tenta apagar a imagem deixada na Eurocopa do ano passado, quando foi eliminada ainda na primeira fase. Van Gaal assumiu a bronca com a missão de renovar uma seleção cheia de jogadores veteranos e descompromissados. As mudanças fundamentais vieram com uma defesa repleta de jogadores da seleção sub-21. Foi o sistema mais modificado durante a tranquila campanha das eliminatórias - 9 vitórias e 1 empate. Nos últimos jogos, Van Gaal testou o lateral-direito Jennmat do Feyernoord, enquanto pela esquerda Daley Blind do Ajax seguiu como titular. O miolo de zaga é formado pelo jovem Vrij, além do já experimentado Vlaar do Aston Villa . No meio-campo, Nigel De Jong é o grande cão de guarda, ao passo que Strootman da Roma fica com a missão de dar qualidade na saída de jogo. O time varia taticamente do 4-1-4-1 para um 4-3-3 tipicamente holandês. Na armação, Sneijder perdeu espaço na ultima temporada, e assim, Rafael Van der Vaart segue como titular, com a missão de ligar o tridente ofensivo formado por Arjen Robben, Jeremain Lens e Van Persie. A maior dúvida de Van Gaal esta no gol; O jovem Cillessen do Ajax vem atuando nos últimos jogos, porém Tim Krul do Newcastle e Michael Vorm do Swansea seguem com chances de serem os titulares dos laranjas no Mundial.

A Rússia volta a uma Copa do Mundo graças ao ótimo trabalho do italiano Fabio Capello. Ordem e compromisso fazem dos russos um time difícil a ser batido. Os bons resultados nos amistosos comprovam a evolução da equipe que venceu o seu grupo das eliminatórias, mandando Portugal para repescagem, além de quase vencer o Brasil em amistoso no começo desse ano. O time atua no 4-1-4-1, o mesmo esquema usado por Capello em seu ciclo na seleção inglesa. Todos os titulares atuam na liga local, fato que pode ser considerado um trunfo. O miolo de zaga é formado por Ignashevich e Berezutskiy do CSKA, enquanto os laterais Dmitri Kombarov e Koslov são do Spartak de Moscou. Peça fundamental no esquema de Capello, Glushakov é o cão de guarda a frente da defesa, ao passo que a dupla Fayzulin e Roman Shirokov do Zenit fica encarregada de dar equilíbrio e municiar o tridente de ataque formado por Kokorin, Samedov e o artilheiro Kerzhakov. No gol, Akinfeev do CSKA fica com a responsabilidade de honrar a tradição russa de goleiros lendários como Yashin e Dasaev.
 
A Croácia volta a um Mundial após sua última participação em 2006. Niko Kovac,  então capitão daquela  equipe que seria derrotada pelo Brasil na estreia do Mundial da Alemanha, foi o responsável por guiar a Croácia nas eliminatórias. Os croatas ficaram em segundo lugar do grupo A, atrás da talentosa seleção belga. Na repescagem bateu a Islândia, sofrendo além da conta. O time atua no 4-2-3-1. Destaque para o lateral Srna do Shakthar Donetsk, o meia Luka Modrid e o centroavante Mandkuzic do Bayern de Munique.

A Grécia dirigida pelo português Fernando Santos respeita a sua tradição defensiva, suas duas linhas de 4 bem próximas, sempre explorando os contra-ataques puxados por Salpigidis e Samaras. Símbolo, e um dos poucos remanescentes do título da Eurocopa de 2004, Karagounis segue como o meia armador, apesar da fase declinante na carreira. Destaque também para o centroavante Mitroglou, herói da classificação na repescagem contra a Romênia e um dos artilheiros da Champions League pelo Olympiakos.

Grande surpresa das eliminatórias europeias, a Bósnia chega ao Brasil com um time repleto de jogadores que atuam em ligas importantes do velho continente. A Bósnia foi a líder do grupo G, enviando a favorita Grécia para a repescagem.Uma classificação repleta de simbologia geopolítica por sua recente independência. A equipe dirigida pelo ídolo nacional, Safet Susic, atua no 4-3-1-2. Rahimic, Medunjanin, Pjanic da Roma e o armador Misimovic formam um losango de boa técnica no meio-campo. O forte da equipe dos bálcãs esta na sua badalada dupla de ataque formada por Dzeko do Manchester City e Ibisevic do Stuttgart.

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