segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

WENGER X MOURINHO E O INEVITÁVEL CHOQUE DE ESTILOS

Arsene Wenger e José Mourinho são rivais em todos os sentidos. A cada confronto fica explícito o choque de estilo. A posse de bola, a leveza no meio-campo e a intensa movimentação são as marcadas do Arsenal na era Wenger, ao passo que a intensidade e a força do contra-ataque são as armas que Mourinho ajudou a propagar no seu quase imutável 4-2-3-1 - o esquema da moda que o próprio Mourinho passou a propagar . O primeiro tempo entre Arsenal e Chelsea foi desenhado a feição da estratégia de Mourinho. O português posicionou o Chelsea no 4-3-3, com Mikel como primeiro volante, fixo na marcação de Ozil. O Arsenal tinha a bola no habitual 4-2-3-1, com Rosicky e Walcott como ponteiros e Ozil como armador; Ramsey ficava mais preso a marcação de Lampard, enquanto  Arteta era o primeiro volante duelando contra Ramires. Os gunners tiveram o controle ilusório, distante da linha defensiva do Chelsea formada por Ivanovic, Cahill, Terry e Azpilicueta. Méritos de um Chelsea que chamava os gunners, contra-atacando com Hazard e Willian abertos pelos flancos sob o combate dos laterais Sagna e Gibbs. O Chelsea foi superior no primeiro tempo, e se não fosse a trave, Lampard teria aberto o marcador; na melhor chance do jogo, em meio a um contra-ataque puxado por Hazard, Lampard ficou cara a cara com o goleiro polonês do Arsenal, enchendo o travessão em um lindo arremate de direita.
A batalha no meio de campo ficou ainda mais intensa na segunda etapa. Entradas ríspidas, intimidação e arranca rabo foram as marcas dos primeiros minutos. Wenger inverteu as posições de Ozil e Rosicky. Com o alemão deslocado para a ponte esquerda, o Arsenal seguia controlando as ações, cada mais perto da área do Chelsea; no entanto, os gunners seguiam  imprecisos, e a falta de contundência nos últimos metros fazia de Cech um mero espectador no Emirates. Pelo menos, os contra-ataques do Chelsea eram cada vez menos latentes. Mourinho trocou os seus ponteiros; William e Hazard saíram para as entradas de Schürrle e Oscar. Giroud, que durante 3/4 do jogo se resumia a trombar na marcação de Terry e Cahill, teria as duas únicas chances do Arsenal na partida, mas o centroavante francês desperdiçou ambas. Mourinho assinava o empate nos últimos minutos, colocando David Luiz como volante ao lado de Mikel, liberando Lampard e deslocando Oscar para o comando do ataque. O português seguia  mantendo a escrita de jamais ser derrotado por Wenger. No histórico dos dois treinadores, Mourinho venceu 5 jogos e empatou os outros 5 cotejos. O Arsenal segue na liderança, agora compartida com o Liverpool, enquanto o Chelsea segue na cola de ambos. O Boxing Day promete.

O DERBY DE LA MADONNINA É NERAZZURRI

 O derby de La Madonnina já não tem o glamour de outrora. Com os dois clubes de Milão cada rodada mais distantes de Juventus e Roma, Milan e Inter chegavam ao clássico em busca da honra, do orgulho, vislumbrando um returno mais solido e animador. Eis que a Internazionale, agora comandada por Walter Mazzaro,  fez um primeiro turno aceitável. O ex-treinador do Napoli chegou no conjunto nerazzurri com a missão de dar solidez a uma defesa frágil e inexperiente. No 3-5-1-1, a Inter encontrou um rumo mesquinho, porém eficiente, chegando ao final do turno na quinta colocação, com a terceira melhor defesa e vislumbrando o terceiro lugar que traria a Inter de volta a Champions League. O Milan chegava ao clássico ainda em crise politica, com Massimiliano Allegri tentando encontrar a melhor versão para um dos ataques menos eficientes do Calcio. O Milan entrou no San Siro no 4-3-1-2, com Saponara como enganche, deixando Kaká libre como segundo atacante, ao lado de Ballotelli. O Milan controlou o primeiro tempo, com maior posse de bola  e poucas  chances de gol. No entanto, a Inter de Mazzarro esperava com um meio campo congestionado pelo tridente de volantes formado por Cambiasso a frente da zaga; além de Javier Zanetti e Taider saindo pelos lados na cobertura dos alas Nagatomo e Jonathan.

A estratégia de Walter Mazzaro se impunha sobre um Milan previsível, carente de drible, improviso e criatividade no meio campo. No segundo tempo, a Inter adiantou suas linhas, enfim propondo algo a mais que um simples contra-ataque. O Milan padecia da sequencia de jogos, ficando aquém fisicamente. Mazzaro mudou o meio campo com as entradas de Kuzmanovic - como primeiro volante, Kovacic como meia esquerda, além do centroavante Icardi. O esquema tático foi mantido mais Palácio recuado para a posição de segundo atacante, acabaria sendo decisivo. O Milan também contou com a entrada de Matri para formar a dupla de ataque com Balotelli, enquanto Kaká era deslocado para a posição de meia armador. Constant deu lugar na lateral esquerda para  Emanuelson, e foi exatamente as costas do holandês, que a Inter encontraria o seu gol, aos 40 minutos, quando Jonathan foi ao fundo, tabelou com Guarin, encontrando Palácio que se antecipou a Bonera para anotar o gol da vitória. O Derby de La Madonnina é Nerazurri!!


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

DE LA MANO DE PIZZI, SAN LORENZO CAMPEÃO!

San Juan y Boedo, a esquina mais famosa do tango, arde a cada volta olímpica do clube que representa este tradicionalíssimo bairro portenho. Muitos atributos fazem do San Lorenzo o campeão do Torneio Inicial de 2013.  Um título inesperado, guiado pela nova administração capitaneada por Marcelo Tinelli e Lammens. O grande acerto da nova gestão foi trazer Juan Antônio Pizzi; um técnico serio, trabalhador, que assumiu um time despedaçado, que acabara de escapar da temida promoción.
 
Para encarar a atual temporada, o ciclón de Boedo foi as compras, trazendo um pacotão de reforços, entre eles, os fundamentais Ignacio Piatti e Martin Cauteruccio. O centroavante uruguaio, que veio do Quilmes, começou o torneio a full, tornando-se o goleador e a principal referencia  no começo da campanha - até sofrer uma grave lesão contra o Rosario Central. Pizzi alternou a equipe taticamente, privilegiando o 4-2-3-1 com a consagrada dupla de volantes formada por Juan Mercier e Ortigoza - campeões no Argentinos Juniors em 2010 sob o comando de Bichi Borghi -dando sustentação a um time que jogava com bolas longas em função dos contra-ataques puxados pelos velozes e sagazes, Angel Correa e Ignacio Piatti.
O San Lorenzo começou o campeonato de forma irregular. A síntese transpareceu após a goleada por 3 a 0 em Avellaneda contra o Racing, seguido de uma derrota apavorante pelo mesmo placar para o Argentinos Juniors, em pleno Nuevo Gasômetro. A vitória por 1 a 0 no clássico contra o River, pela sexta rodada, foi o pontapé inicial rumo a conquista. Na sequencia,  triunfos fundamentais contra  Rosario Central, Colón e Gimnasia La Plata.

Os méritos de Pizzi se baseavam nas mudanças da ultima linha de um sistema defensivo que padecia no último semestre. No gol, a aposta em Sebastian Torrico que começou a temporada na reserva de Cristian Alvarez, mas que acabaria sendo o herói do título com a defesa histórica aos 44 minutos do segundo tempo no jogo contra o Velez em Liniers. A linha defensiva contava com Buffarini na lateral-direita; os zagueiros Pablo Alvarado e Gentiletti - que ganhou a posição na disputa com o recém contratado Mauro Cetto - além do garoto Kannemman, que barrou o recém contratado Emmanuel Mas, conquistando a titularidade na lateral esquerda.
Com a  grave lesão de Cauteruccio, Pizzi apostou pelo 4-3-3, o esquema propagando nos últimos anos pelo Barcelona de seu ex-companheiro e amigo inseparável, Pep Guardiola. Juan Mercier ficava como primeiro volante, com Enzo Kalinski fechando o tridente do meio campo pela direita, além de Pipi Romagnoli, saindo da posição de enganche para atuar na função de meia esquerda. No ataque, os ponteiros Angel Correa e Ignacio Piatti seguiam imparáveis. No comando do ataque, revezando constantemente de posição com Angel Correa, o jovem Hector Villalba ganhou a titularidade com gols, assistências e pela intensa movimentação. Foi o melhor momento do ciclón no campeonato. 

A vitória por 1 a 0 contra o Boca Juniors foi o momento ímpar para a fanática torcida azulgrana. Mais do que gozar o rival, os cuervos vibravam a eminente liderança que caia no bolso do San Lorenzo a poucas rodadas do final. Com huevo y corazon, o ciclón de Boedo soube aguentar a pressão do vigente campeão, e então vice-líder, Newell's Old Boys, em um empate maroto por 1 a 1, em pleno Colosso del Parque. Faltando 3 rodadas, já acariciando o campeonato, o San Lorenzo viajou a Rafaela com o sonho intacto; jogo duro, nervoso, com um tempraneiro revés no placar que apontava um amargo 2 a 0 para o conjunto local; eis que em um show de Ignacio Piatti, com seu doblete agônico e salvador -  o primeiro de falta e o segundo com toda classe para definir a lo Romário dentro da área - o San Lorenzo arrancou um empate que o deixava com a mão na taça.

Na penúltima rodada, O Nuevo Gasomentro se vestiu de festa. Uma vitória frente ao Estudiantes daria o título ao ciclón, no entanto, em uma surpreendente pobre atuação, o San Lorenzo deixou escapar a chance, embolando a disputa na ultima rodada.
Para enfrentar o Velez no Jose Amalfitani, Pizzi armou um San Lorenzo diferente. O esquema da vez foi o 4-4-1-1, com Romagnoli sacrificado pelo flanco direito e Ignacio Piatti sempre desequilibrante pela esquerda. A velha dupla de volantes, Mercier e Ortigoza voltavam para dar solidez defensiva a um San Lorenzo que assinava o empate com o radinho ligado ao que acontecia em Rosário, no confronto entre Newell's e Lanús. O jogo foi travado, lutado e pouco jogado. Eis que aos 44 do segundo tempo veio a consagração de Torrico; um chute a queima roupa de Allione contido pelo goleiro azulgrana de forma milagrosa, para alegria do Papa Francisco e de todos os azulgranas. Ciclón Campeón!De la mano de Pizzi todos la vuelta vamos a dar!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O DESENLACE INFARTANTE NA ARGENTINA

Com o final do Brasileirão, e com os principais jogos da Europa reservado para o sábado, os futeboleiros de plantão poderão se deleitar com o coronário desenlace do Torneio Inicial da Argentina. San Lorenzo, Lanús, Vélez e Newell's Old Boys chegam a última rodada com chances de dar a volta olímpica. Por força do destino, as quatro equipes se enfrentam entre si neste domingo. O San Lorenzo é o grande culpado, já que deixou passar a oportunidade de ser campeão na última rodada, ao empatar com o descompromissado Estudiantes de La Plata, em um 0x0 pra lá de decepcionante, em pleno Nueno Gasometro. Mesmo assim, o Ciclón de Boedo é o único que depende apenas de suas próprias forças.
 
A missão é duríssima, o Vélez no José Amalfitani é uma pedra no sapato do San Lorenzo. Além disso, a rivalidade entre os clubes é a que mais cresce na Argentina. Os confrontos entre La Pandilla de Liniers - a barrabrava do Velez - e La Gloriosa Butteler - a barrabrava do San Lorenzo - são marcados por ódio, sangue e vendetta. Em 2011, um torcedor do San Lorenzo foi morto em pleno Jose Amalfitani, num premeditado acerto de contas, já que dois anos antes um torcedor do Velez acabou baleado em frente ao estádio do San Lorenzo. Cogitou-se a mudança de estádio, e ate mesmo a possibilidade da disputa do jogo sem torcida. O certo é que Velez e San Lorenzo jogaram  mesmo em Liniers, bairro da zona oeste de Buenos Aires, sob forte custodia policial.
 
 
O confronto esta marcado para as 19h de Brasília, com transmissão da Fox Sports. Partidazo a vista.No mesmo horário em Rosário, o Newell's recebe o Lanús no Coloso del Parque. Ambos torcem por um empate, ou uma vitória do Velez em Buenos Aires; assim, o vencedor do confronto teria a oportunidade de jogar um cotejo de desempate que definiria o campeão. 
 
O treinador do San Lorenzo, Juan Antônio Pizzi, teve que quebrar a cabeça para definir o substituto do zagueiro e capitão, Pablo Alvarado, que foi expulso contra o Estudiantes. Nos treinos dessa semana ficou definido que a zaga será formada por Mauro Cetto e Gentiletti. A dupla terá a missão de frear a dupla de ataque do Velez formada por Ramiro Caseres - o substituto do suspendido Mauro Zárate   - e Lucas Pratto. Nas laterais, os intocáveis, Buffarini pela direita e Kannemman pela esquerda, seguem como titulares.
 
A imprensa argentina crava que Pizzi deverá desarmar o 4-3-3 de toda a campanha, repaginando o San Lorenzo no 4-2-3-1, com um meio-campo mais marcador, graças ao ingresso de Nestor Ortigoza no lugar de Enzo Kalinski. Assim, Ortigoza e  Juan Mercier formariam novamente a implacável dupla campeã nos tempos de Argentinos Juniors. O objetivo de tanta cautela é frear o ímpeto do armador Federico Insua - o enganche do Velez Sarsfield.
 
Na linha de armadores, o San Lorenzo terá o rápido e habilidoso Ignacio Piatti pela ponta esquerda; o ex- Gimnasia La Plata  foi o grande jogador deste campeonato, anotando 8 gols e desequilibrando os jogos decisivos. No domingo, Piatti terá a marcação do veterano Fabian Cubero, e por este setor pode estar a chave para o San Lorenzo vencer a partida. Pelo lado direito, o insinuante Angel Correa travará um duelo decisivo contra o veterano Emiliano Papa. Na  armação, centralizado, e possivelmente custodiado pelo volante Leandro Desábato, o ídolo Leandro Pipi Romagnoli terá a chance de chancelar de vez o seu nome na historia do clube. No comando do ataque, o San Lorenzo deve contar a presença do meia Alan Ruiz, que substitui o titular Hector Villalba, possivelmente fazendo a função de falso 9, encostando em Romagnoli para auxilia-lo na armação de jogadas.
 
O Ciclón fez uma bela campanha; foram 9 vitórias, 5 empates e 4 derrotas, com o ataque anotando 29 gols - atrás apenas do Lanús - ao passo que sua defesa sofreu 17 gols.  Méritos de Pizzi, que pegou um time recém salvo do rebaixamento, trazendo ordem e compromisso a um elenco que foi bastante reforçado no começo da temporada com o dinheiro despejado pela diretoria liderada pelo mais famoso apresentador da tv argentina,  o fanfarrão Marcelo Tinelli .
 
 
O Velez não tem nada a perder, vai com tudo pra cima do San Lorenzo. Com a obrigação da vitória, Gareca aposta no 4-3-1-2, seu esquema predileto, com um tridente de meias jovens e promissores - Agustin Allione, Lucas Romero e Leandro Desábato. Allione deverá ser o jogador mais adiantado dessa linha, atuando quase como extremo direito, combatendo os avanços de Kannemann e auxiliando Insua na articulação do time, enquanto Lucas Romero travará um duelo contra Ortigoza pela esquerda. A linha defensiva é a mesma de sempre: O goleiro uruguaio Sebastian Sosa; Cubero, Tobio, Sebá Dominguez e  Emiliano Papa. O Velez é quem vem no melhor momento. Após um começo irregular, o time de Liniers embalou na reta final e pode ser novamente campeão coroando o trabalho do ótimo Ricardo Gareca.
 
Com o radinho ligado, a torcida do Newell's viverá um tarde de esperança na luta pelo bicampeonato. Os leprosos que lideraram boa parte do torneio, acabaram padecendo uma franca decadência após a derrota no clássico contra o Rosario Central. O time deve ir a campo no 4-3-3 com Guzman; Caceres, Victor Lopez e Heinze; o meio campo terá o ingresso de Hector Villalba na contenção, liberando os armadores, Lucas Bernardi e Pablo Perez.  O bom e velho Maxi Rodriguez,  virtualmente convocado para o Mundial, joga pelo flanco esquerdo do ataque, enquanto pela direita Figueroa terá a missão de acompanhar David Trezeguet, que ganhou a titularidade no final da campanha, anotando 5 gols.

O Lanús chega de ressaca, com o sonho de viver a semana mais gloriosa da história do clube localizado no sul da região metropolitana de Buenos Aires. Guillermo Barros Schelloto deverá escalar os mesmos 11 jogadores que venceram a Ponte Preta, no imutável 4-3-3: Marchesin;  Araújo, Goltz, Izquierdoz e Maxi Velazquez; Somoza, Diego Gonzalez e Victor Ayala; Ismael Blanco, Oscar Benitez e Santiago Silva.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

GRUPO A


A esperada estreia do Brasil na Arena Corinthians será contra a Croácia. Os croatas voltam a um Mundial após sua última participação em 2006. Niko Kovac - capitão daquela  equipe que seria derrotada pelo Brasil na estreia do Mundial da Alemanha por 1 a 0  - foi o responsável por guiar a Croácia nas eliminatórias. Os croatas ficaram em segundo lugar do grupo A, atrás da talentosa seleção belga. Na repescagem bateu a Islândia, sofrendo além da conta em Zagreb.

Niko Kovac assumiu o time na véspera do confronto contra a Islândia pela repescagem. No jogo de ida, decidiu manter o 4-4-2, mas aplicou algumas modificações:  Daniel Pranjic assumiu o posto de Strinic na lateral-esquerda, ao passo que Ivan Rakitic foi deslocado para a posição de volante pela direita ao lado de Modric; pelos lados do campo Perisic e Ivo Ilicevic fechavam a segunda linha de 4 com Eduardo da Silva ao lado de Mandzukic no comando do ataque. A Croácia foi superior, criou inúmeras chances de gol, controlou o jogo mesmo sem poder tirar o zero do placar. Para a decisão em Zagreb, Niko Kovac decidiu armar a Croácia no 4-2-3-1, com Mateo Kovacic escalado como armador e Ivica Olic sacrificando-se como extremo direito na linha de armadores. Assim, Mario Mandzukic - que anotaria o primeiro gol e seria expulso - ficava isolado na frente. Mesmo com 10 jogadores, a Croácia garantiu a classificação com um gol de Darijo Srna, após linda jogada coletiva pelo flanco direito. Classificação merecida, de um time organizado, que sabe especular com suas duas linhas compactadas, além de ter uma posse de bola criteriosa e a individualidade de jogadores com larga experiência internacional.
 

Mais do que o título da Copa das Confederações, Felipão guarda o trunfo de haver encontrado uma formula, um sistema e um time com condições para conquistar o sonhado hexa. O Brasil atua no 4-2-3-1. Julio Cesár, apesar da inatividade na temporada, segue como o goleiro de confiança de Scolari. A linha defensiva conta com dois dos melhores laterais do mundo; Daniel Alves e Marcelo formam uma dupla ultra-ofensiva, com apoio constante nas ações ofensivas. O miolo de zaga é formado por Thiago Silva e David Luiz. No meio de campo, Luis Gustavo se firmou como o cão de guarda a frente da zaga, graças a seu ótimo poder de cobertura dos laterais e das subidas ao ataque frenquente de seu companheiro Paulinho; o jogador do Tottenham é o elemento surpresa do meio de campo, desprendendo-se da linha de volantes para atuar como meia ao lado de Oscar, formando muitas vezes um 4-1-4-1. A linha de armadores conta com Neymar e Hulk pelos flancos, ao passo que Oscar atua centralizado, encostando como segundo atacantes. O grande dilema de Scolari é o posto de centroavante. Com as frenquentes lesões de Fred e a falta de um grande jogador nessa posição, Scolari reza para que Fred se recupere a tempo e possa ser efetivo como na Copa das Confederações.






O México, algoz brasileiro nos últimos tempos, chega ao Mundial numa enorme crise. Após o titulo olímpico, uma forte crise se abateu e Jose Manuel de La Torre acabou demitido. A seleção tricolor acabaria as eliminatórias da Concaf atrás de Estados Unidos, Costa Rica e Honduras, sendo obrigado a disputar a repescagem de forma vexatória. Foi então que Miguel Herrera, técnico do América - atual campeão nacional - assumiu a bronca. Logo de cara, atendendo a pedidos tanto da imprensa como também da  torcida azteca, sacou  a titularidade dos jogadores que atuam no exterior - Chicharito Hernandez, Andres Guardado, Giovanni dos Santos, Javier Aquino e Guillermo Ochoa - apostando na base de América. Do time que bateu a Nova Zelândia na repescagem, sete são do América - o goleiro Moises Muñoz, os zagueiros Francisco Rodriguez e Juan Carlos Valenzuela; os alas Miguel Layun e Paul Aguilar; o volante Juan Carlos Medina e o atacante Raul Gimenez.

Taticamente Miguel Herrera montou a seleção mexicana no 3-1-4-2, com o veterano Rafa Marquez como líbero em um defesa completada por Juan Carlos Valenzuela e Francisco Rodriguez. No meio campo, Juan Carlos Medina é o primeiro volante, o cão de guarda, enquanto os meias Luis Montes e Carlos Peña formam uma linha de quatro junto aos alas Miguel Layun e Paul Aguilar. Nos jogos contra a Nova Zelândia, a dupla de ataque foi formada por Raul Gimenez e Oribe Peralta -  carrasco brasileiro ao anotar os dois gols que deram o ouro Olímpico ao México. Fica a pergunta se os badalados jogadores que atuam no exterior voltaram ao time titular. Resposta que encontraremos apenas na próxima data FIFA.


Camarões é o último adversário do Brasil. Nas eliminatórias africanas, os camaroneses lideraram o grupo I com 4 vitorias, 1 empate e apenas 1 derrota, deixando a Líbia e o Congo pelo caminho. Nos play-offs venceu a Tunísia por 4 a 1 no último jogo em casa, selando o passaporte para o Brasil. O time é dirigido por Volker Finke. O técnico alemão agarrou a seleção após um novo fracasso de Camarões nas eliminatórias para a ultima edição da Copa Africana de Nações.

Camarões atua no 4-2-3-1, com Charles Itandje do Kunyaspor da Turquia no gol. A linha de 4 é formada por Nyom, Chedjou do Galatasaray, Nkolou do Olympique Marseille e Ekotto, ex-Tottenham, atualmente no Queens Park Rangers. No meio campo, Alexander Song do Barcelona e Joel Matip do Schalke 04 formam a dupla de volantes. Na linha de armadores temos Eyong Enoh como extremo direito e Jean Makoon como armador. Samuel Eto'o, assim como na etapa vencedora de José Mourinho na Internazionale de Milão, vem atuando pela ponta-esquerda, deixando a posição de centroavante para o seu companheiro Pierre Webo. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O TEMIDO POTE 4

Com os cabeças de chave definidos através do ranking da Fifa divulgado no final de Agosto, ficou estabelecido que o pote 4, repleto de campeões mundiais e seleções tradicionais do velho continente, seria o responsável por armar  dois, ou talvez três grupos da morte. A França, vigésima primeira colocada no ranking da Fifa, entrou no pote 4 de ultima hora, no grito e na movimentação politica da UEFA, dirigida por  Michel Platini. Ameaçada de cair em um grupo com outros dois campeões mundiais, os Les Bleus conseguiram fugir a priori do pote 2 - que contém Chile, Equador e os cinco representantes africanos - inchando o pote europeu e forçando um pré sorteio que dirige um dos europeus para o grupo de um dos cabeças de chave sul-americano - Brasil, Argentina, Uruguai ou Colômbia. Eis as nove seleções que habitam o temível pote 4 que pode jogar até duas seleções no caminho brasileiro na primeira fase:
A França   tentará  apagar a péssima imagem deixada no último mundial - quando foi eliminada na primeira fase - e do sufoco que passou contra a Ucrânia na repescagem. O time comandado por Didier Deschamps atua no 4-3-3. A dependência de Ribery é bastante sentida. O meio-campo é  talentoso, porém a juventude do tridente Cabaye, Matuidi e Pogba fazem da França um time pouco confiável na criação. No comando de ataque, Benzema - em má fase no Real Madrid -  deve travar um duelo acirrado com Giroud em busca da titularidade. Pela direita do ataque, Valbuena vem ganhando espaço, deixando os badalados Nasri e Remy no banco, como no jogo decisivo contra a Ucrânia em Saint Dennis. O ponto fraco dos Les Bleus esta na defesa; após a derrota contra a Ucrânia, Deschamps desfez a dupla de zaga titular - formada por Koscielny e Abidal - dando confiança para Varane do Real Madrid e Sakho do Liverpool. Os laterais são Debuchy e Evra, enquanto no gol Hugo Lloris do Tottenham segue soberano.


A Inglaterra de Roy Hodgson vem ao Brasil com a sua habitual solidez britânica e  o pouco brilho característico dos últimos mundiais. Postado sempre no 4-4-1-1, o English Team volta a apostar nas duas linhas de 4 e no talento de Wayne Rooney. O craque do Manchester United vem atuando como segundo atacante, um pouco mais recuando, servindo  Sturridge do Liverpool. No meio-campo bons nomes para acompanhar Steven Gerrard: Carrick, Wilshere e Cleverley disputam a vaga de primeiro volante, enquanto Lampard deve ficar como opção no banco. Na ponta direita, o jovem Townsend acabou se consagrando no final das eliminatórias como um dos heróis da classificação; na esquerda, sem muitas opções, Welbeck acabou atuando pelo setor, mas nos últimos amistosos até mesmo Lallana do Southamptom foi testado. Na lateral direita Glenn Johnson vai precisar correr para recuperar a posição; Smalling vem ganhando espaço e foi o titular na reta final das eliminatórias. Na lateral esquerda Rodgson deu a titularidade para Leyton Baines do Everton por sua qualidade no apoio. O miolo de zaga também foi renovado, os jovens  Cahill e Jagielka fecham a defesa. No gol, apesar de ter parado na reserva nos últimos jogos do Manchester City, Joe Hart segue intocável.
 
A Azzurra vem ao Mundial com a base vice-campeã da ultima Eurocopa. Cesare Prandelli tenta implantar um novo estilo a Itália, distante do catenaccio de outrora. La Nazionale atua no 4-3-1-2 com a base da Juventus, bicampeã nacional. Andrea Pirlo é a referencia no meio-campo, regendo a orquestra como primeiro volante. No amistoso contra a Alemanha em Novembro, Marchisio e Thiago Motta - que disputa a posição com Daniele De Rossi - ficaram com a missão de dar equilíbrio ao meio campo. Na criação, ora pelos extremos, ora pelo centro, Montolivo fecha o losango do meio campo como armador. No ataque, Prandelli vem quebrando a cabeça para achar o parceiro ideal para Balotelli. Contra a Alemanha jogou Osvaldo, mas Florenzi, Insigne e Candreva seguem na disputa. A defesa conta com a dupla de zaga da Juventus - Bonucci e Barzagli. Nas laterais a disputa segue aberta. Pela direita Abate e Maggio brigam pela titularidade, enquanto pela esquerda Criscito, Pasqual e Balzaretti seguem com chances.
 
Portugal vem ao Mundial após vencer a repescagem contra a Suécia graças aos gols de Cristiano Ronaldo. Segundo no Grupo F das Eliminatórias, atrás da Rússia de Fabio Capello, o time dirigido por Paulo Bento chega uma vez mais distante dos principais favoritos. O time atua no 4-3-3, explorando os contra-ataques puxados por Nani e Cristiano Ronaldo. No meio campo, João Moutinho é a grande referência na criação. A defesa conta com João Pereira e Fabio Coentrao como laterais, e a dupla de zaga é formada pelos ríspidos Pepe e Bruno Alves. Rui Patricio é um goleiro sempre sujeito a chuvas e trovoadas, e assim como o centroavante Helder Postiga, representam um dos pontos débeis dessa seleção portuguesa.


A Holanda, algoz brasileira do último mundial,  tenta apagar a imagem deixada na Eurocopa do ano passado, quando foi eliminada ainda na primeira fase. Van Gaal assumiu a bronca com a missão de renovar uma seleção cheia de jogadores veteranos e descompromissados. As mudanças fundamentais vieram com uma defesa repleta de jogadores da seleção sub-21. Foi o sistema mais modificado durante a tranquila campanha das eliminatórias - 9 vitórias e 1 empate. Nos últimos jogos, Van Gaal testou o lateral-direito Jennmat do Feyernoord, enquanto pela esquerda Daley Blind do Ajax seguiu como titular. O miolo de zaga é formado pelo jovem Vrij, além do já experimentado Vlaar do Aston Villa . No meio-campo, Nigel De Jong é o grande cão de guarda, ao passo que Strootman da Roma fica com a missão de dar qualidade na saída de jogo. O time varia taticamente do 4-1-4-1 para um 4-3-3 tipicamente holandês. Na armação, Sneijder perdeu espaço na ultima temporada, e assim, Rafael Van der Vaart segue como titular, com a missão de ligar o tridente ofensivo formado por Arjen Robben, Jeremain Lens e Van Persie. A maior dúvida de Van Gaal esta no gol; O jovem Cillessen do Ajax vem atuando nos últimos jogos, porém Tim Krul do Newcastle e Michael Vorm do Swansea seguem com chances de serem os titulares dos laranjas no Mundial.

A Rússia volta a uma Copa do Mundo graças ao ótimo trabalho do italiano Fabio Capello. Ordem e compromisso fazem dos russos um time difícil a ser batido. Os bons resultados nos amistosos comprovam a evolução da equipe que venceu o seu grupo das eliminatórias, mandando Portugal para repescagem, além de quase vencer o Brasil em amistoso no começo desse ano. O time atua no 4-1-4-1, o mesmo esquema usado por Capello em seu ciclo na seleção inglesa. Todos os titulares atuam na liga local, fato que pode ser considerado um trunfo. O miolo de zaga é formado por Ignashevich e Berezutskiy do CSKA, enquanto os laterais Dmitri Kombarov e Koslov são do Spartak de Moscou. Peça fundamental no esquema de Capello, Glushakov é o cão de guarda a frente da defesa, ao passo que a dupla Fayzulin e Roman Shirokov do Zenit fica encarregada de dar equilíbrio e municiar o tridente de ataque formado por Kokorin, Samedov e o artilheiro Kerzhakov. No gol, Akinfeev do CSKA fica com a responsabilidade de honrar a tradição russa de goleiros lendários como Yashin e Dasaev.
 
A Croácia volta a um Mundial após sua última participação em 2006. Niko Kovac,  então capitão daquela  equipe que seria derrotada pelo Brasil na estreia do Mundial da Alemanha, foi o responsável por guiar a Croácia nas eliminatórias. Os croatas ficaram em segundo lugar do grupo A, atrás da talentosa seleção belga. Na repescagem bateu a Islândia, sofrendo além da conta. O time atua no 4-2-3-1. Destaque para o lateral Srna do Shakthar Donetsk, o meia Luka Modrid e o centroavante Mandkuzic do Bayern de Munique.

A Grécia dirigida pelo português Fernando Santos respeita a sua tradição defensiva, suas duas linhas de 4 bem próximas, sempre explorando os contra-ataques puxados por Salpigidis e Samaras. Símbolo, e um dos poucos remanescentes do título da Eurocopa de 2004, Karagounis segue como o meia armador, apesar da fase declinante na carreira. Destaque também para o centroavante Mitroglou, herói da classificação na repescagem contra a Romênia e um dos artilheiros da Champions League pelo Olympiakos.

Grande surpresa das eliminatórias europeias, a Bósnia chega ao Brasil com um time repleto de jogadores que atuam em ligas importantes do velho continente. A Bósnia foi a líder do grupo G, enviando a favorita Grécia para a repescagem.Uma classificação repleta de simbologia geopolítica por sua recente independência. A equipe dirigida pelo ídolo nacional, Safet Susic, atua no 4-3-1-2. Rahimic, Medunjanin, Pjanic da Roma e o armador Misimovic formam um losango de boa técnica no meio-campo. O forte da equipe dos bálcãs esta na sua badalada dupla de ataque formada por Dzeko do Manchester City e Ibisevic do Stuttgart.