sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A SAGA DA PONTE PRETA E A LUTA CONTRA O FUTEBOL MODERNO

Certos jogos são decididos muito antes do apito inicial. O que vimos no Morumbi na última quarta feira, nos dá argumentos para crer  na ação natural dos deuses do futebol; este mitológico personagem idílico que segue nos dando lições com a sabedoria de punir retrancas desalmadas  e  eventuais canalhices extracampo. Eles não deixariam passar a cretina decisão dos cardeais do Morumbi em fazer valer as velhas jurisprudências da Conmebol. Foi uma vitória sublime e categórica da Ponte Preta, rubricando uma sequencia histórica de triunfos internacionais  desse clube centenário, que possui como característica inerente  a luta incessante contra o futebol moderno. A vitória por 3 a 1 contra o São Paulo teve muito do mérito  estratégico de Jorginho, que consistia em povoar o meio-campo para lastimar a sofrível zaga tricolor. Após passagem rápida e infeliz pelo seu amado Flamengo, Jorginho assumiu a Ponte na decima sétima rodada do Brasileiro com o time campineiro padecendo na antepenúltima colocação.
A Ponte Preta que venceu o São Paulo por 3 a 1 no 4-3-1-2 de Jorginho contra o 4-2-3-1 de Muricy.
 
A verdade é que a Ponte Preta  não conseguia traçar um rumo seguro desde a saída de Gilson Kleina - técnico que conduziu o clube no acesso para a primeira divisão nacional em 2011 e que  deixou a Ponte no meio do Brasileiro de 2012 sem qualquer risco de queda. No Campeonato Paulista desde ano, já sob o comando de Guto Ferreira, a Macaca chegou a liderar o estadual , mas terminaria a primeira fase em quarto lugar, fato que o obrigou a enfrentar o então campeão mundial em um jogo único.

Eis que, nas quartas de final a Ponte Preta acabaria eliminada pelo Corinthians em pleno Moises Lucarelli, amargando uma sonora goleada de 4 a 0. O revés gerou  desconfiança para o que viria na sequencia do Brasileirão. A Ponte de Guto Ferreira atuava no 4-2-3-1 com Edson Bastos no gol; uma linha defensiva com os laterais Artur e Uendel e a dupla de zaga formada por Cleber e Diego Sacoman; no meio campo, o sempre voluntarioso Baraka ficava com a missão de proteger a zaga ao lado de Bruno Silva; na linha de armadores a Ponte contava com Everton Santos centralizado, além de Cicinho pela direita  e Chiquinho na ponta esquerda; No comando do ataque o centroavante William se tornaria o grande destaque da campanha com 13 gols.
No Paulista apesar da boa campanha no 4-2-3-1 de Guto Ferreira, a Ponte Preta é eliminada pelo Corinthians por 4x0





No Brasileirão, a Macaca enfrentou a dura realidade e o fato de ter um orçamento extremamente menor em comparação  aos rivais da elite. Com 3 pontos em 4 jogos, Guto Ferreira deixou a Ponte Preta antes mesmo da parada obrigatória para a Copa das Confederações. Para o seu lugar chegou Paulo Cesar Carpegiani, técnico que ostenta uma franca decadência nos últimos ano, e que como se previa, jamais conseguiu traçar um rumo para que a Ponte Preta saísse do Z4.


Foram apenas 3 vitorias em 12 jogos, com a Ponte terminando o primeiro turno na penúltima colocação. Jorginho, que vinha de uma breve passagem pelo bagunçado Flamengo, assumiu o time na derrota para o Grêmio na penúltima rodada do primeiro turno. Na sequencia derrotas contra Portuguesa, Internacional e São Paulo. A primeira vitória veio contra o Corinthians por 2 a 0, no Moises Lucarelli pela vigésima segunda rodada. Taticamente o time mostrava evolução no 4-3-1-2 de Jorginho, que privilegiava um losango no meio campo com Baraka, Fellipe Bastos e  Alef como volantes e Adrianinho na armação.
Com Jorginho a Ponte passou a atuar no 4-3-1-2; com um losango no meio campo como na vitória contra o Corinthians no returno do Brasileirão.

Com um elenco enxuto, e lutando em duas frentes, a Ponte Preta foi avançando na Copa Sulamericana. Após vencer o duelo doméstico contra o Criciúma, a Ponte Preta teve pela frente o Deportivo Pasto da Colômbia. Após vitória por 2 a 0 em Campinas, a Macaca segurou uma derrota magra em terras cafeteiras, ganhando o direito de encarar o Velez Sarsfield nas quartas de final. Após o zero a zero no Moises Lucarelli, poucos acreditavam que a Ponte conquistasse a vaga em Buenos Aires, eis que em uma atuação histórica, a Macaca bateu o Velez por 2 a 0 no Jose Amalfitani, com grande atuação do ponteiro Rildo.



No Brasileiro as coisas não caminhavam bem. Ainda na ressaca pela jornada épica em Buenos Aires, a Ponte Preta amargou derrotas contra Vitoria e Goiás, além do empate contra o Cruzeiro que praticamente selou o rebaixamento. Nos jogos históricos, Jorginho testou uma nova formação com Elias ganhando a disputa com Adrianinho na posição de armador, ao passo que Leonardo substituiria o goleador William no comando de ataque. Rildo, pela ponta esquerda, viveu  seus dias de gloria, barbarizando os laterais direitos - Paulo Miranda do São Paulo e Fabian Cubero do Velez Sarsfield - com muita personalidade, habilidade e inteligência nos contra-ataques.


Outra figura importante foi Fernando Bob, que teve a missão de dividir com Fellipe Bastos a função de dar ritmo ao meio de campo. A linha defensiva conta com Artur, Cesar, Diego Sacoman e Uendel., enquanto no gol toda a segurança de Roberto, goleiro que barrou Edson Bastos no segundo semestre. Eis um time que entra para a história da Ponte Preta, mesmo que não consiga  segurar o ímpeto do São Paulo no jogo de volta, ou até mesmo  um eventual fracasso na finalíssima  contra Lanús ou Libertad.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O BOM TESTE CONTRA O CHILE E A BASE PRONTA PARA O MUNDIAL

O Brasil termina 2013 com a tranquilidade de haver encontrado a base para o Mundial. Buscando soluções para o ataque, Felipão armou o Brasil no 4-4-2, no melhor estilo britânico, com Hulk e Oscar pelos extremos e Neymar enfiado no comando do ataque ao lado de Jô. O ultra-ofensivo Chile de Jorge Sampaoli foi a campo no seu habitual 3-4-1-2.  Logo nos primeiros minutos, o volante Marcelo Diaz sentiu uma lesão, dando lugar ao ponta esquerda Bouseujeur. O ala direito Fuenzalida - que substituía Mauricio Isla - deu lugar a Valdivia. O Chile mudava também taticamente, agora no 4-1-4-1 com Gonzalo Jara e Eugenio Mena como laterais, Carmona -  que substituía Arturo Vidal - como único volante e um quarteto de ataque formado por Alexis Sanchez pela direita, Beausejour pela esquerda, Gutierrez e Valdivia pelo centro e Vargas no comando do ataque. O Brasil pressionava a saída de jogo com uma primeira linha de marcação formada por Hulk, Neymar, Jô e Oscar. Foi assim que Oscar roubou a bola após erro de passe de Marcos Gonzalez, encontrado Hulk no vazio, nas costas de Jara e Medel: 1 a 0 em Toronto.
O Chile, fiel a seu estilo, foi com tudo pra cima do Brasil, com posse de bola e muita movimentação no ataque. Mesmo com a entrada de Valdivia, a Roja seguia imprecisa no ultimo passe, não conseguindo furar a intransponível linha defensiva tupiniquim. Maicon marcava bem Beaseajeur, ao passo que Maxwell e David Luiz conseguiam parar o ímpeto de Alexis Sanchez pelo lado direito. Além disso, o contra-ataque brasileiro era cada vez mais escancarado por um Chile que defendia apenas com o volante Carmona na contenção.
No segundo tempo, Felipão mudou o ataque com a entrada de Ramires pelo lado direito, afim de conter as subidas de Mena, enquanto Willian ganhava nova chance pela esquerda. Robinho entrou no comando do ataque ao lado de Neymar. O Brasil seguia desperdiçando contra-ataques, dando argumentos para a máxima futebolística. Eis que, de um despretensioso tiro de meta cobrado por Claudio Bravo, a Roja encontraria o empate; Thiago Silva perdeu o tempo de bola e Beaseajour habilitou  o centroavante Vargas para anotar um belo gol da entrada da área.  O Brasil foi com tudo pra cima do Chile, Paulinho enfim se desprendia da linha de volantes para organizar o time. Foi assim, de pé em pé, que Maicon subiu ao ataque como nos velhos tempos, executando um cruzamento preciso na cabeça de Robinho, o carrasco chileno. Mais do que o gol da vitória, ficava o provável carimbo da dupla para compor o elenco no mundial e a certeza que poucas duvidas vagam pela mente de Felipão para 2014.


DÉJÀ VU COLORADO

O Internacional Campeão Gaúcho no 4-3-2-1 armado por Dunga

A atual direção do Internacional parece não aprender com os erros do passados. A atual temporada ficará novamente marcada por erros imperdoáveis na montagem do elenco.  Assim com em 2012, a metade vermelha de Porto Alegre termina o ano amargando mais um ano de bronca e desilusão, graças a um time que padece no  meio da tabela do Brasileirão apesar de um elenco farto de estrelas e jogadores veteranos. E pensar que  a era Dunga começava de forma animadora, com um titulo gaúcho conquistado sem sobressaltos(Levou tanto a taça Piratininga quanto a Taça Farroupilha). Há de se ressaltar que o Grêmio usou o estadual como pré-temporada priorizando a Libertadores , no entanto ficava a esperança de um trabalho promissor de Dunga, que logo de cara implantou o mesmo sistema usado em seu ciclo da seleção brasileira, o 4-3-2-1. O meio campo formado com 3 volantes - Ygor(Ailton), Josimar(Willians) e Fred -  tinha a missão de proteger o time e dar liberdade para Forlán e D'Alessandro na criação. A principio os gringos se entenderam maravilhosamente bem, dando a ilusão que o time chegaria forte para a disputa do nacional.  Ledo engano, o time começou o Brasileirao de forma irregular com apenas 6 pontos  conquistados nos primeiros 5 jogos. Veio a parada obrigatória para a disputa da Copa das Confederações e com ela também  vieram os malditos ucranianos com suas irrecusáveis malas cheias de Euros. O zagueiro Rodrigo Moledo, que fez uma dupla sólida com o veterano Juan, trocou o colorado pelo Metalist, ao passo que o jovem Fred - o melhor volante do elenco e um dos destaques do time do estadual - acabou seduzido pela chance de jogar a Champions League pelo Shakhtar Donetsk.

 
No Grenal um amargo empate em 1 a 1 pelo primeiro turno do Brasileirão

Com a janela de transferências aberta durante a  Copa das Confederações, o Inter foi buscar no Corinthians o polivalente Jorge Henrique. O meia se tornou símbolo da falta de planejamento do elenco, atuando em 3 posições diferentes durante a campanha - ora como meia aberto, ora como volante e até mesmo como lateral direito. Apesar das lesões e da falta de reposição na defesa, Dunga conseguiu armar o time ainda no 4-3-2-1 com Jorge Henrique e Fabricio como volantes; assim o colorado emplacou 3 vitorias consecutivas contra Vasco, Fluminense e Flamengo. O grande divisor de aguas na temporada foi a goleada sofrida contra o Náutico na Arena Pernambuco. Mais do que um mal pressagio, veio o alerta de que as coisas não andavam bem, muito em função de  uma zaga remendada e da falta irreparável de D'Alessandro - disparado o melhor jogador do time na temporada. O time acusou o revés perdendo na sequencia para o Santos e chegando fragilizado para o Grenal na décima primeira rodada. O empate em 1 a 1 deixou um sabor amargo. Era o começo da serie incrível de empates - 6 seguidos. Dunga, enfim,  cogitou a possibilidade de mudar o esquema de jogo para proteger  a vulnerável defesa -  que por ora atuava improvisada com Ednei na lateral direita e Ronaldo na zaga. Para piorar, o ataque também não funcionava; Forlán voltava a atuar mal, assim como Leandro Damião, claramente abatido com a perda de espaço com Felipão na seleção brasileira - somada a não concretização da esperada transferência para um grande time europeu. Nem mesmo a chegada do ídolo Alex e do badalado Ignacio Scocco - artilheiro do Campeonato Argentino e um dos destaques da marcante campanha do Newell's Old Boys na Libertadores - e do ídolo Alex resolveu o problema do ataque colorado. O argentino foi escalado fora de sua posição habitual, atuando muitas vezes como meia aberto pela esquerda na linha de armadores do novo 4-2-3-1 de Dunga. Alex pagou o preço de atuar a ultima temporada no mundo árabe, ficando longe da sua plenitude física e técnica.
 O Inter repaginado no 4-2-3-1  na vitória frente ao Corinthians pelo primeiro turno

No final do primeiro turno, Dunga repaginou o Internacional no 4-2-3-1 com Ygor e Willians como volantes. Andres D'alessandro foi sacrificado outra vez, agora escalado pelo flanco direito da linha de armadores. O jovem Otavinho ganhou minutos como segundo atacante, deixando Forlán no banco e Nacho Scocco como opção pelo lado esquerdo. O Internacional começou bem o returno embalando 3 vitorias consecutivas, mas logo veio a nova maré de derrotas e o empate em casa contra o Atletico Paranaense no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. A derrota contra o Vasco em Macaé - a terceira seguida no campeonato brasileiro - determinou o fim melancólico da era Dunga. Sem opção no mercado, Clemer assumiu a bronca, tentando aparar os problemas internos do vestiário. Contudo, O 4-2-3-1 foi mantido, agora com o garoto João Afonso ganhando oportunidade na cabeça de área ao lado de Willians. No Brasileiro, o time seguia a toada irregular dos últimos meses, deixando claro que o titulo da Copa do Brasil era a ultima chance palpável para salvar a temporada. No entanto, o empate sem gols contra o Furacão na Vila Capanema eliminou o Colorado e deu fim a uma temporada nebulosa. Para 2014, a torcida colorada  clama por mudanças no elenco, assim como reformulação drástica no departamento de futebol. Menos grife e mais transpiração deverá ser o lema a ser seguido no Beira Rio.
 
Sob o comando de Clemer na eliminação da Copa do Brasil frente ao Atlético/PR

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O GALO ESTA PRA LÁ DE MARRAKESH

Cuca, outrora rotulado como um pé frio incurável, vive finalmente o gosto da vitória, saboreando  o fato de ser um ídolo indiscutível na história do Galo. Desfruta os louros da conquista da Libertadores, sem perder o foco e o sonho de tocar o topo do mundo em terras marroquinas. A cada coletiva na Cidade do Galo tenta em vão desconversar sobre suas impressões do novo Bayern de Pep Guardiola, apresentando estatísticas que mostram a evolução do time durante o segundo semestre. A verdade é que o Atlético Mineiro levou o Campeonato Brasileiro em slow motion, tentando acertar detalhes para a disputa do Mundial Interclubes. O grande desafio de Cuca  nos últimos meses foi encontrar o substituto de Bernard pela ponta-esquerda. Eis que, direto dos Emirados Árabes, mais precisamente do glorioso Al Jazira, chegou o ponteiro Fernandinho. O ex-jogador do São Paulo desembarcou em Belo Horizonte mostrando maturidade, ganhando a torcida com grandes atuações pela ponta-esquerda neste imutável 4-2-3-1 de Cuca.


O sistema de jogo foi o mesmo usado na temporada passada, assim como no exitoso primeiro semestre de 2013 -  que rendeu um Campeonato Mineiro e a sonhada Copa Libertadores. A escalação sai de memoria e ficará pra sempre gravada no imaginário atleticano: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Junior Cesár; Pierre e Leandro Dozinete; Tardelli, Ronaldinho, Bernard e Jô. É verdade que outros jogadores do elenco foram fundamentais durante a campanha; Alecsandro, Richarlyson, Guilherme, Luan e Josué sairiam do banco para vestir o traje de protagonista em momentos decisivos.

O caso mais emblemático é o do ponteiro Luan. Neste Brasileiro, o coringa atleticano  foi  o escolhido para substituir  Ronaldinho após a grave lesão muscular ocorrida em Setembro. Uma saída desesperada de Cuca para uma lacuna impossível de ser preenchida. Sempre inventivo, Cuca também deslocou Diego Tardelli para a posição centralizada na linha de armadores - entrando muitas vezes como segundo atacante. No comando do ataque, Alecsandro teve que suprir as constantes ausências de Jô - ora na seleção, ora lesionado - como na vitória sobre o Cruzeiro no returno do Brasileirão.

Para o miolo de zaga, Cuca foi buscar o zagueiro Emerson na janela de transferência aberta durante a Copa das Confederações. O ex-jogador do Coritiba acabaria sendo bastante utilizado neste segundo semestre nas constantes ausências  da dupla titular -  formada por Leonardo Silva e Rever. Na cabeça de área, Cuca deu sequência para a dupla Josué e Pierre, graças aos  recorrentes problemas físicos de Leandro Donizete.



Foi com esta base que o Galo encarou o Brasileirão - pra lá de Marrakesh, - a passos lentos, em ritmo de testes, mantendo o time quase sempre perto da zona do G4. O grande teste veio contra o líder Cruzeiro no returno. Vitoria merecida, conquistada no apagar das luzes, com um golaço de almanaque de Fernandinho. Foi justamente Fernandinho quem causou o anticlímax da vez, isso  a pouco menos de um mês do começo do  Mundial. Por problemas burocráticos, sua inscrição para o mundial foi sumariamente rechaçada pela FIFA, trazendo um novo dilema a ser resolvido por Cuca. Por sorte, Ronaldinho Gaúcho se recupera bem e estará em condições de jogar o Mundial. Luan, o quebra-galho numero 1 da equipe, novamente será o ponta-esquerda, enquanto Diego Tardelli deverá ser escalado, assim como no primeiro semestre, como extremo-direito do ataque.

Dessa forma, Cuca começa a projetar o iminente confronto contra o Bayern de Munique. O conjunto bávaro, agora delineado por Guardiola no compasso do tiki-taka, vem atuando nos grandes jogos quase sempre no 4-1-4-1. Phillip Lahm, clamado por muito como o melhor lateral do mundo, é a peça chave e a grande novidade no novo esquema do treinador catalão.  Agora jogando como primeiro volante, Lahm agrega  uma qualidade impar na saída de bola, além de dar liberdade para que Toni Kroos e Schweinsteiger  alimentem o tridente ofensivo formado pelos ponteiros, Robben e Ribery, além de Thomas Müller - que vem atuando como uma espécie de falso 9. Para sorte do Galo, Schweinsteiger deverá perder o Mundial, pois será submetido a uma cirurgia delicada no tornozelo. Assim, Guardiola deve repaginar o time; possivelmente com Mario Götze como meia direita. Outra opção é a entrada do sempre eficaz Mandzukic. Com o centroavante croata como titular, Thomas Müller voltaria para o meio-campo, ou pelo extremo direito, revezando pelo setor com Robben - formação de sucesso na conquista da tríplice coroa na temporada passada sob o comando de Jupp Heynckes.





Parada duríssima para o Galo. Fator que valoriza ainda mais a possível conquista em Marrakesh. O atleticano sonha desde já... com Victor que estará impecável em Marrakesh, como naquela noite histórica no Horto contra o Tijuana; Thomas Müller há de sentir-se como um Reascos bávaro, incrédulo a cada chance perdida diante do paredão atleticano.  Marcos Rocha e Junior Cesar frearão qualquer amague de Robben e Ribery, em uma aula de marcação implacável pelos lados do campo, ao passo que Rever e Leonardo Silva não somente irão parar com autoridade qualquer ímpeto goleador da dupla Mandzukic e Thomas Müller, como passarão ao ataque com a alma e o coração de um Dadá Maravilha, anotando  gols memoráveis - um em cada tempo -  com cabeçadas inapeláveis para Neuer.

Veremos Jô, que  há de dar uma canseira monstro, ora em  Boateng, ora em Dante,  apresentando seus atributos para fazer tempo com seu corpanzil esguio de um autêntico pivô.  Luan e Diego Tardelli, como sempre sagazes, serão fundamentais pelos lados do campo, combatendo as subidas de Rafinha e Alaba, com carrinhos e mais carrinhos, levantando cada tufo de grama para deleite dos marroquinos. E o que dizer da dupla de volantes? Pierre e Josué não deixarão qualquer espaço para Götze e  Toni Kross,  pois aqui não é Champions League, tampouco Playstation, e sendo assim, um tostãozinho no musculo posterior da coxa estará isentos para o final do cotejo. Pobre Lahm, certamente pedirá no final do jogo a camiseta de Ronaldinho,  como também a Pep Guardiola que o escale novamente como lateral. Finalmente virá a Taça. O choro. A chegada apoteótica em Confins. A gozação para os cruzeirenses não terá fim: Festejem o Brasileirão! Somos campeões do mundo...eis um sonho que não acaba nunca, como jamais deveria acabar este 2013 para o Atlético Mineiro.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A NOITE HISTÓRICA DA PONTE PRETA EM LINIERS

A noite histórica em Liniers, na zona oeste de Buenos Aires, representou um dos capítulos mais gloriosos da historia da Ponte Preta. Jorginho armou a Macaca no 4-2-3-1; esperando o Velez em seu campo afim de explorar os contra ataques puxados pelos ponteiros Rildo e Cicinho. No meio de campo Baraka anulava o volante Canteros, ao passo que pela esquerda, Ariel Cabral era bem custodiado pelo volante Magal - o substituto de  Fellipe Bastos. Adrianinho, clamado  pela torcida, deu lugar para o meia Elias, justamente o personagem que acabaria marcando o primeiro gol, além de prender a bola no ataque com critério e inteligência. Esta noite, muito possivelmente,  representou o final da vitoriosa Era de Ricardo Gareca no comando do Velez Sarsfield. A apatia do time argentino rubricava  a pobre campanha no Torneio Inicial - apenas o décimo lugar com 20 pontos em 14 jogos. O ciclo Ricardo Gareca, que trouxe 3 títulos nacionais - Clausura 2009 e 2011 e o Inicial 2012 -  para o clube de Liniers, ficará marcada pela filosofia de jogo sempre muito clara: ter a posse de bola , ora no 4-1-3-2,com um losango no meio de campo, ora no 4-2-2-2 . Foi assim que o Velez controlou o jogo,  na base da posse de  bola e um domínio territorial ilusório; O Fortin criou poucas chances de gol, graças a pobre partida do ponteiro Allione e centroavante Rescaldani. Lucas Pratto foi o único a dar trabalho, saindo da área como um legitimo pivô. Eis que, Rildo começaria a mostrar todo o seu repertorio já na segunda metade do primeiro tempo, barbarizando o veterano Fabian Cubero pela ponta esquerda. Era um sinal do que viria no começo do primeiro tempo. Insolitamente, o gol da Ponte surgiu de um cruzamento a favor do Velez; os argentinos foram todos para o ataque, deixando Rildo e Elias mano a mano com Tobio e Sebá Dominguez:  tabelinha esperta consumando um contra-ataque de almanaque com o toque final do meia Elias.
Ricardo Gareca demorou demasiadamente para mudar a equipe. Apenas nos últimos 15 minutos o treinador argentino decidiu fazer as alterações. Vieram a campo o enganche Insua, além dos atacantes Copete e Caceres. Foi o melhor momento do time local; sempre no abafa, com Pratto e Copete dentro da área, servidos pela dupla de armadores Insua e Ariel Cabral. O lateral Emiliano Papa  subia pela esquerda como um autentico ala, abrindo o corredor de Artur . Foi por este setor que saíram as jogadas de maior perigo do Velez. Teve bola na trave, Cesar e Diego Sacoman tiraram bola em cima da linha, além das defesas seguras do goleiro Roberto. Jorginho fechou ainda mais o time com as entradas de Fernando Bob e Regis, nos lugares de Rildo e Elias. Ainda entraria o ex-corintiano Betão, fechando a defesa com uma linha de 5 defensores. Eis que de um tiro de meta, o centroavante Leonardo ganhou no alto, deixando Fernando Bob mano a mano com o goleiro uruguario Sebastian Sosa; chapeuzinho maroto e o histórico 2 a 0 consumado. A Ponte Preta,  que faz um bom segundo turno no Campeonato Brasileiro,  sai de Liniers com o alento definitivo para tentar escapar da zona de rebaixamento. O resto é historia, em uma noite que a torcida da Ponte Preta jamais irá esquecer.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A VIDA DO SANTOS PÓS-NEYMAR

Para o torcedor santista, a temporada 2013 será lembrada pela despedida inevitável de Neymar. O Campeonato Paulista deixou em evidencia a Neymardependência do alvinegro da Vila Belmiro, eclipsada por uma pálida atuação nas finais contra o Corinthians. Na decisão, sem a presença de Walter Montillo, o Santos viu o rival levantar a taça atuando  no 4-3-3 armado por Muricy; com Rene Junior na contenção, dando maior liberdade para a dupla Arouca e Cicero. Montillo - a grande contratação para 2013 - tampouco disse a que veio durante a campanha no estadual, ficando aquém daquele jogador que encantava a todos em sua primeira temporada pelo Cruzeiro. Logo na segunda rodada, chegava ao fim a era Muricy com muitos questionamentos e atritos internos com a diretoria. Para piorar, uma grave crise politica se abateu, deixando em cheque a administração de Luis Alvaro Ribeiro. O cenário caótico, somado a um verdadeiro desmanche no time, fazia com que os santistas olhassem com preocupação para o que viria no Brasileirão. Além de Neymar,  o goleiro Rafael e o meia-atacante Felipe Anderson também deixaram a Vila. André -  que acabou sendo reserva de Miralles em boa parte da campanha -  teve uma discreta  segunda passagem pelo Santos e também acabou liberado para defender o Vasco.
O Santos que foi a campo contra o Corinthians na decisão do Paulistão
E o que dizer do Santos pós-Neymar? Sem grandes opões no mercado, Claudinei Oliveira foi o escolhido para substituir Muricy, primeiramente de maneira interina. A ideia era renovar o elenco com jogadores da base campeã da Copinha,  capitaneada pelo próprio criador daquele time. Eis que, logo de cara, veio o amistoso contra o Barcelona, que colocou em ridículo os pupilos de Claudinei e a veterana defesa alvinegra. O jovem treinador escalou o Santos de maneira ingênua, com Cicero e Arouca como volantes, configurando um meio campo sem pegada, a convite do tiki-taka catalão. O 8 a 0 no placar foi um tapa na cara de todos, determinando mudanças drásticas para o começo do Brasileirão, principalmente no sistema defensivo, tão criticado por estar repleto de veteranos.
O divisor de águas: Santos humilhado pelo Barça em pleno Camp Nou 
O Santos foi urgentemente ao mercado, trazendo o lateral-direito Cicinho da Ponte Preta, além do canhoto Eugenio Mena - ala/lateral titular da seleção chilena. Na zaga, Claudinei apostou no jovem Gustavo Henrique, que fez um grande campeonato ao lado de Edu Dracena. No meio de campo, Claudinei acertou a dar a titularidade ao jovem Alison, seu velho conhecido dos times de base, que resolveu o problema na cabeça de área, consagrando-se com um dos jogadores que mais desarmam neste campeonato. Arouca foi recuado para atuar ao lado de Alison neste 4-2-3-1 de Claudinei, com a missão de cobrir as constantes subidas de Cicinho pelo setor. Com Montillo lesionado e as mudanças táticas processadas, Cicero ganhou liberdade para ser o condutor do time em boa parte da campanha. O meia tornou-se o principal artilheiro da equipe e um dos melhores passadores. No ataque muitas mudanças durante o campeonato, graças a inoperância de William José, somada a inexperiência de Neilton, Leandrinho e Gabriel. A solução, em partes, foi a contratação de Thiago Ribeiro, que atuou ora pela esquerda, ora no comando do ataque , como na goleada sob o São Paulo - talvez a mais relevante atuação do returno.
A melhor atuação na era pós-Neymar: 3 a 0 sobre o São Paulo pelo returno
Com a volta de Montillo e a chegava de Everton Costa, Cícero foi deslocado para o extremo esquerdo da linha de armadores desse 4-2-3-1 armado por Claudinei Oliveira. A lesão de Thiago Ribeiro voltou a dar minutos a Willian José - que até o momento não disse a que veio na Vila Belmiro. O fato é que em vista a falta de planejamento da diretoria, o Santos - apesar da previsão dos pessimistas - não esteve nunca ameaçado de brigar pelo rebaixamento, mantendo-se inteiramente no meio da tabela, flertando em algumas rodadas com a zona da Libertadores. Para a temporada de 2014 será preciso definir a situação de seu treinador, além de contratações pontuais, principalmente para o comando do ataque.
A volta de Montillo e um esboço para 2014 no 4-2-3-1 de Claudinei Oliveira