sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A SAGA DA PONTE PRETA E A LUTA CONTRA O FUTEBOL MODERNO

Certos jogos são decididos muito antes do apito inicial. O que vimos no Morumbi na última quarta feira, nos dá argumentos para crer  na ação natural dos deuses do futebol; este mitológico personagem idílico que segue nos dando lições com a sabedoria de punir retrancas desalmadas  e  eventuais canalhices extracampo. Eles não deixariam passar a cretina decisão dos cardeais do Morumbi em fazer valer as velhas jurisprudências da Conmebol. Foi uma vitória sublime e categórica da Ponte Preta, rubricando uma sequencia histórica de triunfos internacionais  desse clube centenário, que possui como característica inerente  a luta incessante contra o futebol moderno. A vitória por 3 a 1 contra o São Paulo teve muito do mérito  estratégico de Jorginho, que consistia em povoar o meio-campo para lastimar a sofrível zaga tricolor. Após passagem rápida e infeliz pelo seu amado Flamengo, Jorginho assumiu a Ponte na decima sétima rodada do Brasileiro com o time campineiro padecendo na antepenúltima colocação.
A Ponte Preta que venceu o São Paulo por 3 a 1 no 4-3-1-2 de Jorginho contra o 4-2-3-1 de Muricy.
 
A verdade é que a Ponte Preta  não conseguia traçar um rumo seguro desde a saída de Gilson Kleina - técnico que conduziu o clube no acesso para a primeira divisão nacional em 2011 e que  deixou a Ponte no meio do Brasileiro de 2012 sem qualquer risco de queda. No Campeonato Paulista desde ano, já sob o comando de Guto Ferreira, a Macaca chegou a liderar o estadual , mas terminaria a primeira fase em quarto lugar, fato que o obrigou a enfrentar o então campeão mundial em um jogo único.

Eis que, nas quartas de final a Ponte Preta acabaria eliminada pelo Corinthians em pleno Moises Lucarelli, amargando uma sonora goleada de 4 a 0. O revés gerou  desconfiança para o que viria na sequencia do Brasileirão. A Ponte de Guto Ferreira atuava no 4-2-3-1 com Edson Bastos no gol; uma linha defensiva com os laterais Artur e Uendel e a dupla de zaga formada por Cleber e Diego Sacoman; no meio campo, o sempre voluntarioso Baraka ficava com a missão de proteger a zaga ao lado de Bruno Silva; na linha de armadores a Ponte contava com Everton Santos centralizado, além de Cicinho pela direita  e Chiquinho na ponta esquerda; No comando do ataque o centroavante William se tornaria o grande destaque da campanha com 13 gols.
No Paulista apesar da boa campanha no 4-2-3-1 de Guto Ferreira, a Ponte Preta é eliminada pelo Corinthians por 4x0





No Brasileirão, a Macaca enfrentou a dura realidade e o fato de ter um orçamento extremamente menor em comparação  aos rivais da elite. Com 3 pontos em 4 jogos, Guto Ferreira deixou a Ponte Preta antes mesmo da parada obrigatória para a Copa das Confederações. Para o seu lugar chegou Paulo Cesar Carpegiani, técnico que ostenta uma franca decadência nos últimos ano, e que como se previa, jamais conseguiu traçar um rumo para que a Ponte Preta saísse do Z4.


Foram apenas 3 vitorias em 12 jogos, com a Ponte terminando o primeiro turno na penúltima colocação. Jorginho, que vinha de uma breve passagem pelo bagunçado Flamengo, assumiu o time na derrota para o Grêmio na penúltima rodada do primeiro turno. Na sequencia derrotas contra Portuguesa, Internacional e São Paulo. A primeira vitória veio contra o Corinthians por 2 a 0, no Moises Lucarelli pela vigésima segunda rodada. Taticamente o time mostrava evolução no 4-3-1-2 de Jorginho, que privilegiava um losango no meio campo com Baraka, Fellipe Bastos e  Alef como volantes e Adrianinho na armação.
Com Jorginho a Ponte passou a atuar no 4-3-1-2; com um losango no meio campo como na vitória contra o Corinthians no returno do Brasileirão.

Com um elenco enxuto, e lutando em duas frentes, a Ponte Preta foi avançando na Copa Sulamericana. Após vencer o duelo doméstico contra o Criciúma, a Ponte Preta teve pela frente o Deportivo Pasto da Colômbia. Após vitória por 2 a 0 em Campinas, a Macaca segurou uma derrota magra em terras cafeteiras, ganhando o direito de encarar o Velez Sarsfield nas quartas de final. Após o zero a zero no Moises Lucarelli, poucos acreditavam que a Ponte conquistasse a vaga em Buenos Aires, eis que em uma atuação histórica, a Macaca bateu o Velez por 2 a 0 no Jose Amalfitani, com grande atuação do ponteiro Rildo.



No Brasileiro as coisas não caminhavam bem. Ainda na ressaca pela jornada épica em Buenos Aires, a Ponte Preta amargou derrotas contra Vitoria e Goiás, além do empate contra o Cruzeiro que praticamente selou o rebaixamento. Nos jogos históricos, Jorginho testou uma nova formação com Elias ganhando a disputa com Adrianinho na posição de armador, ao passo que Leonardo substituiria o goleador William no comando de ataque. Rildo, pela ponta esquerda, viveu  seus dias de gloria, barbarizando os laterais direitos - Paulo Miranda do São Paulo e Fabian Cubero do Velez Sarsfield - com muita personalidade, habilidade e inteligência nos contra-ataques.


Outra figura importante foi Fernando Bob, que teve a missão de dividir com Fellipe Bastos a função de dar ritmo ao meio de campo. A linha defensiva conta com Artur, Cesar, Diego Sacoman e Uendel., enquanto no gol toda a segurança de Roberto, goleiro que barrou Edson Bastos no segundo semestre. Eis um time que entra para a história da Ponte Preta, mesmo que não consiga  segurar o ímpeto do São Paulo no jogo de volta, ou até mesmo  um eventual fracasso na finalíssima  contra Lanús ou Libertad.

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