quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

DE LA MANO DE PIZZI, SAN LORENZO CAMPEÃO!

San Juan y Boedo, a esquina mais famosa do tango, arde a cada volta olímpica do clube que representa este tradicionalíssimo bairro portenho. Muitos atributos fazem do San Lorenzo o campeão do Torneio Inicial de 2013.  Um título inesperado, guiado pela nova administração capitaneada por Marcelo Tinelli e Lammens. O grande acerto da nova gestão foi trazer Juan Antônio Pizzi; um técnico serio, trabalhador, que assumiu um time despedaçado, que acabara de escapar da temida promoción.
 
Para encarar a atual temporada, o ciclón de Boedo foi as compras, trazendo um pacotão de reforços, entre eles, os fundamentais Ignacio Piatti e Martin Cauteruccio. O centroavante uruguaio, que veio do Quilmes, começou o torneio a full, tornando-se o goleador e a principal referencia  no começo da campanha - até sofrer uma grave lesão contra o Rosario Central. Pizzi alternou a equipe taticamente, privilegiando o 4-2-3-1 com a consagrada dupla de volantes formada por Juan Mercier e Ortigoza - campeões no Argentinos Juniors em 2010 sob o comando de Bichi Borghi -dando sustentação a um time que jogava com bolas longas em função dos contra-ataques puxados pelos velozes e sagazes, Angel Correa e Ignacio Piatti.
O San Lorenzo começou o campeonato de forma irregular. A síntese transpareceu após a goleada por 3 a 0 em Avellaneda contra o Racing, seguido de uma derrota apavorante pelo mesmo placar para o Argentinos Juniors, em pleno Nuevo Gasômetro. A vitória por 1 a 0 no clássico contra o River, pela sexta rodada, foi o pontapé inicial rumo a conquista. Na sequencia,  triunfos fundamentais contra  Rosario Central, Colón e Gimnasia La Plata.

Os méritos de Pizzi se baseavam nas mudanças da ultima linha de um sistema defensivo que padecia no último semestre. No gol, a aposta em Sebastian Torrico que começou a temporada na reserva de Cristian Alvarez, mas que acabaria sendo o herói do título com a defesa histórica aos 44 minutos do segundo tempo no jogo contra o Velez em Liniers. A linha defensiva contava com Buffarini na lateral-direita; os zagueiros Pablo Alvarado e Gentiletti - que ganhou a posição na disputa com o recém contratado Mauro Cetto - além do garoto Kannemman, que barrou o recém contratado Emmanuel Mas, conquistando a titularidade na lateral esquerda.
Com a  grave lesão de Cauteruccio, Pizzi apostou pelo 4-3-3, o esquema propagando nos últimos anos pelo Barcelona de seu ex-companheiro e amigo inseparável, Pep Guardiola. Juan Mercier ficava como primeiro volante, com Enzo Kalinski fechando o tridente do meio campo pela direita, além de Pipi Romagnoli, saindo da posição de enganche para atuar na função de meia esquerda. No ataque, os ponteiros Angel Correa e Ignacio Piatti seguiam imparáveis. No comando do ataque, revezando constantemente de posição com Angel Correa, o jovem Hector Villalba ganhou a titularidade com gols, assistências e pela intensa movimentação. Foi o melhor momento do ciclón no campeonato. 

A vitória por 1 a 0 contra o Boca Juniors foi o momento ímpar para a fanática torcida azulgrana. Mais do que gozar o rival, os cuervos vibravam a eminente liderança que caia no bolso do San Lorenzo a poucas rodadas do final. Com huevo y corazon, o ciclón de Boedo soube aguentar a pressão do vigente campeão, e então vice-líder, Newell's Old Boys, em um empate maroto por 1 a 1, em pleno Colosso del Parque. Faltando 3 rodadas, já acariciando o campeonato, o San Lorenzo viajou a Rafaela com o sonho intacto; jogo duro, nervoso, com um tempraneiro revés no placar que apontava um amargo 2 a 0 para o conjunto local; eis que em um show de Ignacio Piatti, com seu doblete agônico e salvador -  o primeiro de falta e o segundo com toda classe para definir a lo Romário dentro da área - o San Lorenzo arrancou um empate que o deixava com a mão na taça.

Na penúltima rodada, O Nuevo Gasomentro se vestiu de festa. Uma vitória frente ao Estudiantes daria o título ao ciclón, no entanto, em uma surpreendente pobre atuação, o San Lorenzo deixou escapar a chance, embolando a disputa na ultima rodada.
Para enfrentar o Velez no Jose Amalfitani, Pizzi armou um San Lorenzo diferente. O esquema da vez foi o 4-4-1-1, com Romagnoli sacrificado pelo flanco direito e Ignacio Piatti sempre desequilibrante pela esquerda. A velha dupla de volantes, Mercier e Ortigoza voltavam para dar solidez defensiva a um San Lorenzo que assinava o empate com o radinho ligado ao que acontecia em Rosário, no confronto entre Newell's e Lanús. O jogo foi travado, lutado e pouco jogado. Eis que aos 44 do segundo tempo veio a consagração de Torrico; um chute a queima roupa de Allione contido pelo goleiro azulgrana de forma milagrosa, para alegria do Papa Francisco e de todos os azulgranas. Ciclón Campeón!De la mano de Pizzi todos la vuelta vamos a dar!

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