Arsene Wenger e José Mourinho são rivais em todos os sentidos. A cada confronto fica explícito o choque de estilo. A posse de bola, a leveza no meio-campo e a intensa movimentação são as marcadas do Arsenal na era Wenger, ao passo que a intensidade e a força do contra-ataque são as armas que Mourinho ajudou a propagar no seu quase imutável 4-2-3-1 - o esquema da moda que o próprio Mourinho passou a propagar . O primeiro tempo entre Arsenal e Chelsea foi desenhado a feição da estratégia de Mourinho. O português posicionou o Chelsea no 4-3-3, com Mikel como primeiro volante, fixo na marcação de Ozil. O Arsenal tinha a bola no habitual 4-2-3-1, com Rosicky e Walcott como ponteiros e Ozil como armador; Ramsey ficava mais preso a marcação de Lampard, enquanto Arteta era o primeiro volante duelando contra Ramires. Os gunners tiveram o controle ilusório, distante da linha defensiva do Chelsea formada por Ivanovic, Cahill, Terry e Azpilicueta. Méritos de um Chelsea que chamava os gunners, contra-atacando com Hazard e Willian abertos pelos flancos sob o combate dos laterais Sagna e Gibbs. O Chelsea foi superior no primeiro tempo, e se não fosse a trave, Lampard teria aberto o marcador; na melhor chance do jogo, em meio a um contra-ataque puxado por Hazard, Lampard ficou cara a cara com o goleiro polonês do Arsenal, enchendo o travessão em um lindo arremate de direita.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
O DERBY DE LA MADONNINA É NERAZZURRI
O derby de La Madonnina já não tem o glamour de outrora. Com os dois clubes de Milão cada rodada mais distantes de Juventus e Roma, Milan e Inter chegavam ao clássico em busca da honra, do orgulho, vislumbrando um returno mais solido e animador. Eis que a Internazionale, agora comandada por Walter Mazzaro, fez um primeiro turno aceitável. O ex-treinador do Napoli chegou no conjunto nerazzurri com a missão de dar solidez a uma defesa frágil e inexperiente. No 3-5-1-1, a Inter encontrou um rumo mesquinho, porém eficiente, chegando ao final do turno na quinta colocação, com a terceira melhor defesa e vislumbrando o terceiro lugar que traria a Inter de volta a Champions League. O Milan chegava ao clássico ainda em crise politica, com Massimiliano Allegri tentando encontrar a melhor versão para um dos ataques menos eficientes do Calcio. O Milan entrou no San Siro no 4-3-1-2, com Saponara como enganche, deixando Kaká libre como segundo atacante, ao lado de Ballotelli. O Milan controlou o primeiro tempo, com maior posse de bola e poucas chances de gol. No entanto, a Inter de Mazzarro esperava com um meio campo congestionado pelo tridente de volantes formado por Cambiasso a frente da zaga; além de Javier Zanetti e Taider saindo pelos lados na cobertura dos alas Nagatomo e Jonathan.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
DE LA MANO DE PIZZI, SAN LORENZO CAMPEÃO!
San Juan y Boedo, a esquina mais famosa do tango, arde a cada volta olímpica do clube que representa este tradicionalíssimo bairro portenho. Muitos atributos fazem do San Lorenzo o campeão do Torneio Inicial de 2013. Um título inesperado, guiado pela nova administração capitaneada por Marcelo Tinelli e Lammens. O grande acerto da nova gestão foi trazer Juan Antônio Pizzi; um técnico serio, trabalhador, que assumiu um time despedaçado, que acabara de escapar da temida promoción.
Para encarar a atual temporada, o ciclón de Boedo foi as compras, trazendo um pacotão de reforços, entre eles, os fundamentais Ignacio Piatti e Martin Cauteruccio. O centroavante uruguaio, que veio do Quilmes, começou o torneio a full, tornando-se o goleador e a principal referencia no começo da campanha - até sofrer uma grave lesão contra o Rosario Central. Pizzi alternou a equipe taticamente, privilegiando o 4-2-3-1 com a consagrada dupla de volantes formada por Juan Mercier e Ortigoza - campeões no Argentinos Juniors em 2010 sob o comando de Bichi Borghi -dando sustentação a um time que jogava com bolas longas em função dos contra-ataques puxados pelos velozes e sagazes, Angel Correa e Ignacio Piatti.
Para enfrentar o Velez no Jose Amalfitani, Pizzi armou um San Lorenzo diferente. O esquema da vez foi o 4-4-1-1, com Romagnoli sacrificado pelo flanco direito e Ignacio Piatti sempre desequilibrante pela esquerda. A velha dupla de volantes, Mercier e Ortigoza voltavam para dar solidez defensiva a um San Lorenzo que assinava o empate com o radinho ligado ao que acontecia em Rosário, no confronto entre Newell's e Lanús. O jogo foi travado, lutado e pouco jogado. Eis que aos 44 do segundo tempo veio a consagração de Torrico; um chute a queima roupa de Allione contido pelo goleiro azulgrana de forma milagrosa, para alegria do Papa Francisco e de todos os azulgranas. Ciclón Campeón!De la mano de Pizzi todos la vuelta vamos a dar!
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
O DESENLACE INFARTANTE NA ARGENTINA
Com o final do Brasileirão, e com os principais jogos da Europa reservado para o sábado, os futeboleiros de plantão poderão se deleitar com o coronário desenlace do Torneio Inicial da Argentina. San Lorenzo, Lanús, Vélez e Newell's Old Boys chegam a última rodada com chances de dar a volta olímpica. Por força do destino, as quatro equipes se enfrentam entre si neste domingo. O San Lorenzo é o grande culpado, já que deixou passar a oportunidade de ser campeão na última rodada, ao empatar com o descompromissado Estudiantes de La Plata, em um 0x0 pra lá de decepcionante, em pleno Nueno Gasometro. Mesmo assim, o Ciclón de Boedo é o único que depende apenas de suas próprias forças.
A missão é duríssima, o Vélez no José Amalfitani é uma pedra no sapato do San Lorenzo. Além disso, a rivalidade entre os clubes é a que mais cresce na Argentina. Os confrontos entre La Pandilla de Liniers - a barrabrava do Velez - e La Gloriosa Butteler - a barrabrava do San Lorenzo - são marcados por ódio, sangue e vendetta. Em 2011, um torcedor do San Lorenzo foi morto em pleno Jose Amalfitani, num premeditado acerto de contas, já que dois anos antes um torcedor do Velez acabou baleado em frente ao estádio do San Lorenzo. Cogitou-se a mudança de estádio, e ate mesmo a possibilidade da disputa do jogo sem torcida. O certo é que Velez e San Lorenzo jogaram mesmo em Liniers, bairro da zona oeste de Buenos Aires, sob forte custodia policial.
Com o radinho ligado, a torcida do Newell's viverá um tarde de esperança na luta pelo bicampeonato. Os leprosos que lideraram boa parte do torneio, acabaram padecendo uma franca decadência após a derrota no clássico contra o Rosario Central. O time deve ir a campo no 4-3-3 com Guzman; Caceres, Victor Lopez e Heinze; o meio campo terá o ingresso de Hector Villalba na contenção, liberando os armadores, Lucas Bernardi e Pablo Perez. O bom e velho Maxi Rodriguez, virtualmente convocado para o Mundial, joga pelo flanco esquerdo do ataque, enquanto pela direita Figueroa terá a missão de acompanhar David Trezeguet, que ganhou a titularidade no final da campanha, anotando 5 gols.
O Lanús chega de ressaca, com o sonho de viver a semana mais gloriosa da história do clube localizado no sul da região metropolitana de Buenos Aires. Guillermo Barros Schelloto deverá escalar os mesmos 11 jogadores que venceram a Ponte Preta, no imutável 4-3-3: Marchesin; Araújo, Goltz, Izquierdoz e Maxi Velazquez; Somoza, Diego Gonzalez e Victor Ayala; Ismael Blanco, Oscar Benitez e Santiago Silva.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
GRUPO A
A esperada estreia do Brasil na Arena Corinthians será contra a Croácia. Os croatas voltam a um Mundial após sua última participação em 2006. Niko Kovac - capitão daquela equipe que seria derrotada pelo Brasil na estreia do Mundial da Alemanha por 1 a 0 - foi o responsável por guiar a Croácia nas eliminatórias. Os croatas ficaram em segundo lugar do grupo A, atrás da talentosa seleção belga. Na repescagem bateu a Islândia, sofrendo além da conta em Zagreb.
Niko Kovac assumiu o time na véspera do confronto contra a Islândia pela repescagem. No jogo de ida, decidiu manter o 4-4-2, mas aplicou algumas modificações: Daniel Pranjic assumiu o posto de Strinic na lateral-esquerda, ao passo que Ivan Rakitic foi deslocado para a posição de volante pela direita ao lado de Modric; pelos lados do campo Perisic e Ivo Ilicevic fechavam a segunda linha de 4 com Eduardo da Silva ao lado de Mandzukic no comando do ataque. A Croácia foi superior, criou inúmeras chances de gol, controlou o jogo mesmo sem poder tirar o zero do placar. Para a decisão em Zagreb, Niko Kovac decidiu armar a Croácia no 4-2-3-1, com Mateo Kovacic escalado como armador e Ivica Olic sacrificando-se como extremo direito na linha de armadores. Assim, Mario Mandzukic - que anotaria o primeiro gol e seria expulso - ficava isolado na frente. Mesmo com 10 jogadores, a Croácia garantiu a classificação com um gol de Darijo Srna, após linda jogada coletiva pelo flanco direito. Classificação merecida, de um time organizado, que sabe especular com suas duas linhas compactadas, além de ter uma posse de bola criteriosa e a individualidade de jogadores com larga experiência internacional.
O México, algoz brasileiro nos últimos tempos, chega ao Mundial numa enorme crise. Após o titulo olímpico, uma forte crise se abateu e Jose Manuel de La Torre acabou demitido. A seleção tricolor acabaria as eliminatórias da Concaf atrás de Estados Unidos, Costa Rica e Honduras, sendo obrigado a disputar a repescagem de forma vexatória. Foi então que Miguel Herrera, técnico do América - atual campeão nacional - assumiu a bronca. Logo de cara, atendendo a pedidos tanto da imprensa como também da torcida azteca, sacou a titularidade dos jogadores que atuam no exterior - Chicharito Hernandez, Andres Guardado, Giovanni dos Santos, Javier Aquino e Guillermo Ochoa - apostando na base de América. Do time que bateu a Nova Zelândia na repescagem, sete são do América - o goleiro Moises Muñoz, os zagueiros Francisco Rodriguez e Juan Carlos Valenzuela; os alas Miguel Layun e Paul Aguilar; o volante Juan Carlos Medina e o atacante Raul Gimenez.
Taticamente Miguel Herrera montou a seleção mexicana no 3-1-4-2, com o veterano Rafa Marquez como líbero em um defesa completada por Juan Carlos Valenzuela e Francisco Rodriguez. No meio campo, Juan Carlos Medina é o primeiro volante, o cão de guarda, enquanto os meias Luis Montes e Carlos Peña formam uma linha de quatro junto aos alas Miguel Layun e Paul Aguilar. Nos jogos contra a Nova Zelândia, a dupla de ataque foi formada por Raul Gimenez e Oribe Peralta - carrasco brasileiro ao anotar os dois gols que deram o ouro Olímpico ao México. Fica a pergunta se os badalados jogadores que atuam no exterior voltaram ao time titular. Resposta que encontraremos apenas na próxima data FIFA.
Camarões é o último adversário do Brasil. Nas eliminatórias africanas, os camaroneses lideraram o grupo I com 4 vitorias, 1 empate e apenas 1 derrota, deixando a Líbia e o Congo pelo caminho. Nos play-offs venceu a Tunísia por 4 a 1 no último jogo em casa, selando o passaporte para o Brasil. O time é dirigido por Volker Finke. O técnico alemão agarrou a seleção após um novo fracasso de Camarões nas eliminatórias para a ultima edição da Copa Africana de Nações.
Camarões atua no 4-2-3-1, com Charles Itandje do Kunyaspor da Turquia no gol. A linha de 4 é formada por Nyom, Chedjou do Galatasaray, Nkolou do Olympique Marseille e Ekotto, ex-Tottenham, atualmente no Queens Park Rangers. No meio campo, Alexander Song do Barcelona e Joel Matip do Schalke 04 formam a dupla de volantes. Na linha de armadores temos Eyong Enoh como extremo direito e Jean Makoon como armador. Samuel Eto'o, assim como na etapa vencedora de José Mourinho na Internazionale de Milão, vem atuando pela ponta-esquerda, deixando a posição de centroavante para o seu companheiro Pierre Webo.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
O TEMIDO POTE 4
Com os cabeças de chave definidos através do ranking da Fifa divulgado no final de Agosto, ficou estabelecido que o pote 4, repleto de campeões mundiais e seleções tradicionais do velho continente, seria o responsável por armar dois, ou talvez três grupos da morte. A França, vigésima primeira colocada no ranking da Fifa, entrou no pote 4 de ultima hora, no grito e na movimentação politica da UEFA, dirigida por Michel Platini. Ameaçada de cair em um grupo com outros dois campeões mundiais, os Les Bleus conseguiram fugir a priori do pote 2 - que contém Chile, Equador e os cinco representantes africanos - inchando o pote europeu e forçando um pré sorteio que dirige um dos europeus para o grupo de um dos cabeças de chave sul-americano - Brasil, Argentina, Uruguai ou Colômbia. Eis as nove seleções que habitam o temível pote 4 que pode jogar até duas seleções no caminho brasileiro na primeira fase:
A Holanda, algoz brasileira do último mundial, tenta apagar a imagem deixada na Eurocopa do ano passado, quando foi eliminada ainda na primeira fase. Van Gaal assumiu a bronca com a missão de renovar uma seleção cheia de jogadores veteranos e descompromissados. As mudanças fundamentais vieram com uma defesa repleta de jogadores da seleção sub-21. Foi o sistema mais modificado durante a tranquila campanha das eliminatórias - 9 vitórias e 1 empate. Nos últimos jogos, Van Gaal testou o lateral-direito Jennmat do Feyernoord, enquanto pela esquerda Daley Blind do Ajax seguiu como titular. O miolo de zaga é formado pelo jovem Vrij, além do já experimentado Vlaar do Aston Villa . No meio-campo, Nigel De Jong é o grande cão de guarda, ao passo que Strootman da Roma fica com a missão de dar qualidade na saída de jogo. O time varia taticamente do 4-1-4-1 para um 4-3-3 tipicamente holandês. Na armação, Sneijder perdeu espaço na ultima temporada, e assim, Rafael Van der Vaart segue como titular, com a missão de ligar o tridente ofensivo formado por Arjen Robben, Jeremain Lens e Van Persie. A maior dúvida de Van Gaal esta no gol; O jovem Cillessen do Ajax vem atuando nos últimos jogos, porém Tim Krul do Newcastle e Michael Vorm do Swansea seguem com chances de serem os titulares dos laranjas no Mundial.
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