Arsene Wenger e José Mourinho são rivais em todos os sentidos. A cada confronto fica explícito o choque de estilo. A posse de bola, a leveza no meio-campo e a intensa movimentação são as marcadas do Arsenal na era Wenger, ao passo que a intensidade e a força do contra-ataque são as armas que Mourinho ajudou a propagar no seu quase imutável 4-2-3-1 - o esquema da moda que o próprio Mourinho passou a propagar . O primeiro tempo entre Arsenal e Chelsea foi desenhado a feição da estratégia de Mourinho. O português posicionou o Chelsea no 4-3-3, com Mikel como primeiro volante, fixo na marcação de Ozil. O Arsenal tinha a bola no habitual 4-2-3-1, com Rosicky e Walcott como ponteiros e Ozil como armador; Ramsey ficava mais preso a marcação de Lampard, enquanto Arteta era o primeiro volante duelando contra Ramires. Os gunners tiveram o controle ilusório, distante da linha defensiva do Chelsea formada por Ivanovic, Cahill, Terry e Azpilicueta. Méritos de um Chelsea que chamava os gunners, contra-atacando com Hazard e Willian abertos pelos flancos sob o combate dos laterais Sagna e Gibbs. O Chelsea foi superior no primeiro tempo, e se não fosse a trave, Lampard teria aberto o marcador; na melhor chance do jogo, em meio a um contra-ataque puxado por Hazard, Lampard ficou cara a cara com o goleiro polonês do Arsenal, enchendo o travessão em um lindo arremate de direita.
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
O DERBY DE LA MADONNINA É NERAZZURRI
O derby de La Madonnina já não tem o glamour de outrora. Com os dois clubes de Milão cada rodada mais distantes de Juventus e Roma, Milan e Inter chegavam ao clássico em busca da honra, do orgulho, vislumbrando um returno mais solido e animador. Eis que a Internazionale, agora comandada por Walter Mazzaro, fez um primeiro turno aceitável. O ex-treinador do Napoli chegou no conjunto nerazzurri com a missão de dar solidez a uma defesa frágil e inexperiente. No 3-5-1-1, a Inter encontrou um rumo mesquinho, porém eficiente, chegando ao final do turno na quinta colocação, com a terceira melhor defesa e vislumbrando o terceiro lugar que traria a Inter de volta a Champions League. O Milan chegava ao clássico ainda em crise politica, com Massimiliano Allegri tentando encontrar a melhor versão para um dos ataques menos eficientes do Calcio. O Milan entrou no San Siro no 4-3-1-2, com Saponara como enganche, deixando Kaká libre como segundo atacante, ao lado de Ballotelli. O Milan controlou o primeiro tempo, com maior posse de bola e poucas chances de gol. No entanto, a Inter de Mazzarro esperava com um meio campo congestionado pelo tridente de volantes formado por Cambiasso a frente da zaga; além de Javier Zanetti e Taider saindo pelos lados na cobertura dos alas Nagatomo e Jonathan.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
DE LA MANO DE PIZZI, SAN LORENZO CAMPEÃO!
San Juan y Boedo, a esquina mais famosa do tango, arde a cada volta olímpica do clube que representa este tradicionalíssimo bairro portenho. Muitos atributos fazem do San Lorenzo o campeão do Torneio Inicial de 2013. Um título inesperado, guiado pela nova administração capitaneada por Marcelo Tinelli e Lammens. O grande acerto da nova gestão foi trazer Juan Antônio Pizzi; um técnico serio, trabalhador, que assumiu um time despedaçado, que acabara de escapar da temida promoción.
Para encarar a atual temporada, o ciclón de Boedo foi as compras, trazendo um pacotão de reforços, entre eles, os fundamentais Ignacio Piatti e Martin Cauteruccio. O centroavante uruguaio, que veio do Quilmes, começou o torneio a full, tornando-se o goleador e a principal referencia no começo da campanha - até sofrer uma grave lesão contra o Rosario Central. Pizzi alternou a equipe taticamente, privilegiando o 4-2-3-1 com a consagrada dupla de volantes formada por Juan Mercier e Ortigoza - campeões no Argentinos Juniors em 2010 sob o comando de Bichi Borghi -dando sustentação a um time que jogava com bolas longas em função dos contra-ataques puxados pelos velozes e sagazes, Angel Correa e Ignacio Piatti.
Para enfrentar o Velez no Jose Amalfitani, Pizzi armou um San Lorenzo diferente. O esquema da vez foi o 4-4-1-1, com Romagnoli sacrificado pelo flanco direito e Ignacio Piatti sempre desequilibrante pela esquerda. A velha dupla de volantes, Mercier e Ortigoza voltavam para dar solidez defensiva a um San Lorenzo que assinava o empate com o radinho ligado ao que acontecia em Rosário, no confronto entre Newell's e Lanús. O jogo foi travado, lutado e pouco jogado. Eis que aos 44 do segundo tempo veio a consagração de Torrico; um chute a queima roupa de Allione contido pelo goleiro azulgrana de forma milagrosa, para alegria do Papa Francisco e de todos os azulgranas. Ciclón Campeón!De la mano de Pizzi todos la vuelta vamos a dar!
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
O DESENLACE INFARTANTE NA ARGENTINA
Com o final do Brasileirão, e com os principais jogos da Europa reservado para o sábado, os futeboleiros de plantão poderão se deleitar com o coronário desenlace do Torneio Inicial da Argentina. San Lorenzo, Lanús, Vélez e Newell's Old Boys chegam a última rodada com chances de dar a volta olímpica. Por força do destino, as quatro equipes se enfrentam entre si neste domingo. O San Lorenzo é o grande culpado, já que deixou passar a oportunidade de ser campeão na última rodada, ao empatar com o descompromissado Estudiantes de La Plata, em um 0x0 pra lá de decepcionante, em pleno Nueno Gasometro. Mesmo assim, o Ciclón de Boedo é o único que depende apenas de suas próprias forças.
A missão é duríssima, o Vélez no José Amalfitani é uma pedra no sapato do San Lorenzo. Além disso, a rivalidade entre os clubes é a que mais cresce na Argentina. Os confrontos entre La Pandilla de Liniers - a barrabrava do Velez - e La Gloriosa Butteler - a barrabrava do San Lorenzo - são marcados por ódio, sangue e vendetta. Em 2011, um torcedor do San Lorenzo foi morto em pleno Jose Amalfitani, num premeditado acerto de contas, já que dois anos antes um torcedor do Velez acabou baleado em frente ao estádio do San Lorenzo. Cogitou-se a mudança de estádio, e ate mesmo a possibilidade da disputa do jogo sem torcida. O certo é que Velez e San Lorenzo jogaram mesmo em Liniers, bairro da zona oeste de Buenos Aires, sob forte custodia policial.
Com o radinho ligado, a torcida do Newell's viverá um tarde de esperança na luta pelo bicampeonato. Os leprosos que lideraram boa parte do torneio, acabaram padecendo uma franca decadência após a derrota no clássico contra o Rosario Central. O time deve ir a campo no 4-3-3 com Guzman; Caceres, Victor Lopez e Heinze; o meio campo terá o ingresso de Hector Villalba na contenção, liberando os armadores, Lucas Bernardi e Pablo Perez. O bom e velho Maxi Rodriguez, virtualmente convocado para o Mundial, joga pelo flanco esquerdo do ataque, enquanto pela direita Figueroa terá a missão de acompanhar David Trezeguet, que ganhou a titularidade no final da campanha, anotando 5 gols.
O Lanús chega de ressaca, com o sonho de viver a semana mais gloriosa da história do clube localizado no sul da região metropolitana de Buenos Aires. Guillermo Barros Schelloto deverá escalar os mesmos 11 jogadores que venceram a Ponte Preta, no imutável 4-3-3: Marchesin; Araújo, Goltz, Izquierdoz e Maxi Velazquez; Somoza, Diego Gonzalez e Victor Ayala; Ismael Blanco, Oscar Benitez e Santiago Silva.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
GRUPO A
A esperada estreia do Brasil na Arena Corinthians será contra a Croácia. Os croatas voltam a um Mundial após sua última participação em 2006. Niko Kovac - capitão daquela equipe que seria derrotada pelo Brasil na estreia do Mundial da Alemanha por 1 a 0 - foi o responsável por guiar a Croácia nas eliminatórias. Os croatas ficaram em segundo lugar do grupo A, atrás da talentosa seleção belga. Na repescagem bateu a Islândia, sofrendo além da conta em Zagreb.
Niko Kovac assumiu o time na véspera do confronto contra a Islândia pela repescagem. No jogo de ida, decidiu manter o 4-4-2, mas aplicou algumas modificações: Daniel Pranjic assumiu o posto de Strinic na lateral-esquerda, ao passo que Ivan Rakitic foi deslocado para a posição de volante pela direita ao lado de Modric; pelos lados do campo Perisic e Ivo Ilicevic fechavam a segunda linha de 4 com Eduardo da Silva ao lado de Mandzukic no comando do ataque. A Croácia foi superior, criou inúmeras chances de gol, controlou o jogo mesmo sem poder tirar o zero do placar. Para a decisão em Zagreb, Niko Kovac decidiu armar a Croácia no 4-2-3-1, com Mateo Kovacic escalado como armador e Ivica Olic sacrificando-se como extremo direito na linha de armadores. Assim, Mario Mandzukic - que anotaria o primeiro gol e seria expulso - ficava isolado na frente. Mesmo com 10 jogadores, a Croácia garantiu a classificação com um gol de Darijo Srna, após linda jogada coletiva pelo flanco direito. Classificação merecida, de um time organizado, que sabe especular com suas duas linhas compactadas, além de ter uma posse de bola criteriosa e a individualidade de jogadores com larga experiência internacional.
O México, algoz brasileiro nos últimos tempos, chega ao Mundial numa enorme crise. Após o titulo olímpico, uma forte crise se abateu e Jose Manuel de La Torre acabou demitido. A seleção tricolor acabaria as eliminatórias da Concaf atrás de Estados Unidos, Costa Rica e Honduras, sendo obrigado a disputar a repescagem de forma vexatória. Foi então que Miguel Herrera, técnico do América - atual campeão nacional - assumiu a bronca. Logo de cara, atendendo a pedidos tanto da imprensa como também da torcida azteca, sacou a titularidade dos jogadores que atuam no exterior - Chicharito Hernandez, Andres Guardado, Giovanni dos Santos, Javier Aquino e Guillermo Ochoa - apostando na base de América. Do time que bateu a Nova Zelândia na repescagem, sete são do América - o goleiro Moises Muñoz, os zagueiros Francisco Rodriguez e Juan Carlos Valenzuela; os alas Miguel Layun e Paul Aguilar; o volante Juan Carlos Medina e o atacante Raul Gimenez.
Taticamente Miguel Herrera montou a seleção mexicana no 3-1-4-2, com o veterano Rafa Marquez como líbero em um defesa completada por Juan Carlos Valenzuela e Francisco Rodriguez. No meio campo, Juan Carlos Medina é o primeiro volante, o cão de guarda, enquanto os meias Luis Montes e Carlos Peña formam uma linha de quatro junto aos alas Miguel Layun e Paul Aguilar. Nos jogos contra a Nova Zelândia, a dupla de ataque foi formada por Raul Gimenez e Oribe Peralta - carrasco brasileiro ao anotar os dois gols que deram o ouro Olímpico ao México. Fica a pergunta se os badalados jogadores que atuam no exterior voltaram ao time titular. Resposta que encontraremos apenas na próxima data FIFA.
Camarões é o último adversário do Brasil. Nas eliminatórias africanas, os camaroneses lideraram o grupo I com 4 vitorias, 1 empate e apenas 1 derrota, deixando a Líbia e o Congo pelo caminho. Nos play-offs venceu a Tunísia por 4 a 1 no último jogo em casa, selando o passaporte para o Brasil. O time é dirigido por Volker Finke. O técnico alemão agarrou a seleção após um novo fracasso de Camarões nas eliminatórias para a ultima edição da Copa Africana de Nações.
Camarões atua no 4-2-3-1, com Charles Itandje do Kunyaspor da Turquia no gol. A linha de 4 é formada por Nyom, Chedjou do Galatasaray, Nkolou do Olympique Marseille e Ekotto, ex-Tottenham, atualmente no Queens Park Rangers. No meio campo, Alexander Song do Barcelona e Joel Matip do Schalke 04 formam a dupla de volantes. Na linha de armadores temos Eyong Enoh como extremo direito e Jean Makoon como armador. Samuel Eto'o, assim como na etapa vencedora de José Mourinho na Internazionale de Milão, vem atuando pela ponta-esquerda, deixando a posição de centroavante para o seu companheiro Pierre Webo.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
O TEMIDO POTE 4
Com os cabeças de chave definidos através do ranking da Fifa divulgado no final de Agosto, ficou estabelecido que o pote 4, repleto de campeões mundiais e seleções tradicionais do velho continente, seria o responsável por armar dois, ou talvez três grupos da morte. A França, vigésima primeira colocada no ranking da Fifa, entrou no pote 4 de ultima hora, no grito e na movimentação politica da UEFA, dirigida por Michel Platini. Ameaçada de cair em um grupo com outros dois campeões mundiais, os Les Bleus conseguiram fugir a priori do pote 2 - que contém Chile, Equador e os cinco representantes africanos - inchando o pote europeu e forçando um pré sorteio que dirige um dos europeus para o grupo de um dos cabeças de chave sul-americano - Brasil, Argentina, Uruguai ou Colômbia. Eis as nove seleções que habitam o temível pote 4 que pode jogar até duas seleções no caminho brasileiro na primeira fase:
A Holanda, algoz brasileira do último mundial, tenta apagar a imagem deixada na Eurocopa do ano passado, quando foi eliminada ainda na primeira fase. Van Gaal assumiu a bronca com a missão de renovar uma seleção cheia de jogadores veteranos e descompromissados. As mudanças fundamentais vieram com uma defesa repleta de jogadores da seleção sub-21. Foi o sistema mais modificado durante a tranquila campanha das eliminatórias - 9 vitórias e 1 empate. Nos últimos jogos, Van Gaal testou o lateral-direito Jennmat do Feyernoord, enquanto pela esquerda Daley Blind do Ajax seguiu como titular. O miolo de zaga é formado pelo jovem Vrij, além do já experimentado Vlaar do Aston Villa . No meio-campo, Nigel De Jong é o grande cão de guarda, ao passo que Strootman da Roma fica com a missão de dar qualidade na saída de jogo. O time varia taticamente do 4-1-4-1 para um 4-3-3 tipicamente holandês. Na armação, Sneijder perdeu espaço na ultima temporada, e assim, Rafael Van der Vaart segue como titular, com a missão de ligar o tridente ofensivo formado por Arjen Robben, Jeremain Lens e Van Persie. A maior dúvida de Van Gaal esta no gol; O jovem Cillessen do Ajax vem atuando nos últimos jogos, porém Tim Krul do Newcastle e Michael Vorm do Swansea seguem com chances de serem os titulares dos laranjas no Mundial.
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sexta-feira, 22 de novembro de 2013
A SAGA DA PONTE PRETA E A LUTA CONTRA O FUTEBOL MODERNO
Certos jogos são decididos muito antes do apito inicial. O que vimos no Morumbi na última quarta feira, nos dá argumentos para crer na ação natural dos deuses do futebol; este mitológico personagem idílico que segue nos dando lições com a sabedoria de punir retrancas desalmadas e eventuais canalhices extracampo. Eles não deixariam passar a cretina decisão dos cardeais do Morumbi em fazer valer as velhas jurisprudências da Conmebol. Foi uma vitória sublime e categórica da Ponte Preta, rubricando uma sequencia histórica de triunfos internacionais desse clube centenário, que possui como característica inerente a luta incessante contra o futebol moderno. A vitória por 3 a 1 contra o São Paulo teve muito do mérito estratégico de Jorginho, que consistia em povoar o meio-campo para lastimar a sofrível zaga tricolor. Após passagem rápida e infeliz pelo seu amado Flamengo, Jorginho assumiu a Ponte na decima sétima rodada do Brasileiro com o time campineiro padecendo na antepenúltima colocação.
A Ponte Preta que venceu o São Paulo por 3 a 1 no 4-3-1-2 de Jorginho contra o 4-2-3-1 de Muricy. |
A verdade é que a Ponte Preta não conseguia traçar um rumo seguro desde a saída de Gilson Kleina - técnico que conduziu o clube no acesso para a primeira divisão nacional em 2011 e que deixou a Ponte no meio do Brasileiro de 2012 sem qualquer risco de queda. No Campeonato Paulista desde ano, já sob o comando de Guto Ferreira, a Macaca chegou a liderar o estadual , mas terminaria a primeira fase em quarto lugar, fato que o obrigou a enfrentar o então campeão mundial em um jogo único.
Eis que, nas quartas de final a Ponte Preta acabaria eliminada pelo Corinthians em pleno Moises Lucarelli, amargando uma sonora goleada de 4 a 0. O revés gerou desconfiança para o que viria na sequencia do Brasileirão. A Ponte de Guto Ferreira atuava no 4-2-3-1 com Edson Bastos no gol; uma linha defensiva com os laterais Artur e Uendel e a dupla de zaga formada por Cleber e Diego Sacoman; no meio campo, o sempre voluntarioso Baraka ficava com a missão de proteger a zaga ao lado de Bruno Silva; na linha de armadores a Ponte contava com Everton Santos centralizado, além de Cicinho pela direita e Chiquinho na ponta esquerda; No comando do ataque o centroavante William se tornaria o grande destaque da campanha com 13 gols.
No Paulista apesar da boa campanha no 4-2-3-1 de Guto Ferreira, a Ponte Preta é eliminada pelo Corinthians por 4x0 |
No Brasileirão, a Macaca enfrentou a dura realidade e o fato de ter um orçamento extremamente menor em comparação aos rivais da elite. Com 3 pontos em 4 jogos, Guto Ferreira deixou a Ponte Preta antes mesmo da parada obrigatória para a Copa das Confederações. Para o seu lugar chegou Paulo Cesar Carpegiani, técnico que ostenta uma franca decadência nos últimos ano, e que como se previa, jamais conseguiu traçar um rumo para que a Ponte Preta saísse do Z4.
terça-feira, 19 de novembro de 2013
O BOM TESTE CONTRA O CHILE E A BASE PRONTA PARA O MUNDIAL
DÉJÀ VU COLORADO
Sob o comando de Clemer na eliminação da Copa do Brasil frente ao Atlético/PR |
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
O GALO ESTA PRA LÁ DE MARRAKESH
Cuca, outrora rotulado como um pé frio incurável, vive finalmente o gosto da vitória, saboreando o fato de ser um ídolo indiscutível na história do Galo. Desfruta os louros da conquista da Libertadores, sem perder o foco e o sonho de tocar o topo do mundo em terras marroquinas. A cada coletiva na Cidade do Galo tenta em vão desconversar sobre suas impressões do novo Bayern de Pep Guardiola, apresentando estatísticas que mostram a evolução do time durante o segundo semestre. A verdade é que o Atlético Mineiro levou o Campeonato Brasileiro em slow motion, tentando acertar detalhes para a disputa do Mundial Interclubes. O grande desafio de Cuca nos últimos meses foi encontrar o substituto de Bernard pela ponta-esquerda. Eis que, direto dos Emirados Árabes, mais precisamente do glorioso Al Jazira, chegou o ponteiro Fernandinho. O ex-jogador do São Paulo desembarcou em Belo Horizonte mostrando maturidade, ganhando a torcida com grandes atuações pela ponta-esquerda neste imutável 4-2-3-1 de Cuca.
O sistema de jogo foi o mesmo usado na temporada passada, assim como no exitoso primeiro semestre de 2013 - que rendeu um Campeonato Mineiro e a sonhada Copa Libertadores. A escalação sai de memoria e ficará pra sempre gravada no imaginário atleticano: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Junior Cesár; Pierre e Leandro Dozinete; Tardelli, Ronaldinho, Bernard e Jô. É verdade que outros jogadores do elenco foram fundamentais durante a campanha; Alecsandro, Richarlyson, Guilherme, Luan e Josué sairiam do banco para vestir o traje de protagonista em momentos decisivos.
O caso mais emblemático é o do ponteiro Luan. Neste Brasileiro, o coringa atleticano foi o escolhido para substituir Ronaldinho após a grave lesão muscular ocorrida em Setembro. Uma saída desesperada de Cuca para uma lacuna impossível de ser preenchida. Sempre inventivo, Cuca também deslocou Diego Tardelli para a posição centralizada na linha de armadores - entrando muitas vezes como segundo atacante. No comando do ataque, Alecsandro teve que suprir as constantes ausências de Jô - ora na seleção, ora lesionado - como na vitória sobre o Cruzeiro no returno do Brasileirão.
Para o miolo de zaga, Cuca foi buscar o zagueiro Emerson na janela de transferência aberta durante a Copa das Confederações. O ex-jogador do Coritiba acabaria sendo bastante utilizado neste segundo semestre nas constantes ausências da dupla titular - formada por Leonardo Silva e Rever. Na cabeça de área, Cuca deu sequência para a dupla Josué e Pierre, graças aos recorrentes problemas físicos de Leandro Donizete.
Foi com esta base que o Galo encarou o Brasileirão - pra lá de Marrakesh, - a passos lentos, em ritmo de testes, mantendo o time quase sempre perto da zona do G4. O grande teste veio contra o líder Cruzeiro no returno. Vitoria merecida, conquistada no apagar das luzes, com um golaço de almanaque de Fernandinho. Foi justamente Fernandinho quem causou o anticlímax da vez, isso a pouco menos de um mês do começo do Mundial. Por problemas burocráticos, sua inscrição para o mundial foi sumariamente rechaçada pela FIFA, trazendo um novo dilema a ser resolvido por Cuca. Por sorte, Ronaldinho Gaúcho se recupera bem e estará em condições de jogar o Mundial. Luan, o quebra-galho numero 1 da equipe, novamente será o ponta-esquerda, enquanto Diego Tardelli deverá ser escalado, assim como no primeiro semestre, como extremo-direito do ataque.
Dessa forma, Cuca começa a projetar o iminente confronto contra o Bayern de Munique. O conjunto bávaro, agora delineado por Guardiola no compasso do tiki-taka, vem atuando nos grandes jogos quase sempre no 4-1-4-1. Phillip Lahm, clamado por muito como o melhor lateral do mundo, é a peça chave e a grande novidade no novo esquema do treinador catalão. Agora jogando como primeiro volante, Lahm agrega uma qualidade impar na saída de bola, além de dar liberdade para que Toni Kroos e Schweinsteiger alimentem o tridente ofensivo formado pelos ponteiros, Robben e Ribery, além de Thomas Müller - que vem atuando como uma espécie de falso 9. Para sorte do Galo, Schweinsteiger deverá perder o Mundial, pois será submetido a uma cirurgia delicada no tornozelo. Assim, Guardiola deve repaginar o time; possivelmente com Mario Götze como meia direita. Outra opção é a entrada do sempre eficaz Mandzukic. Com o centroavante croata como titular, Thomas Müller voltaria para o meio-campo, ou pelo extremo direito, revezando pelo setor com Robben - formação de sucesso na conquista da tríplice coroa na temporada passada sob o comando de Jupp Heynckes.
Parada duríssima para o Galo. Fator que valoriza ainda mais a possível conquista em Marrakesh. O atleticano sonha desde já... com Victor que estará impecável em Marrakesh, como naquela noite histórica no Horto contra o Tijuana; Thomas Müller há de sentir-se como um Reascos bávaro, incrédulo a cada chance perdida diante do paredão atleticano. Marcos Rocha e Junior Cesar frearão qualquer amague de Robben e Ribery, em uma aula de marcação implacável pelos lados do campo, ao passo que Rever e Leonardo Silva não somente irão parar com autoridade qualquer ímpeto goleador da dupla Mandzukic e Thomas Müller, como passarão ao ataque com a alma e o coração de um Dadá Maravilha, anotando gols memoráveis - um em cada tempo - com cabeçadas inapeláveis para Neuer.
Veremos Jô, que há de dar uma canseira monstro, ora em Boateng, ora em Dante, apresentando seus atributos para fazer tempo com seu corpanzil esguio de um autêntico pivô. Luan e Diego Tardelli, como sempre sagazes, serão fundamentais pelos lados do campo, combatendo as subidas de Rafinha e Alaba, com carrinhos e mais carrinhos, levantando cada tufo de grama para deleite dos marroquinos. E o que dizer da dupla de volantes? Pierre e Josué não deixarão qualquer espaço para Götze e Toni Kross, pois aqui não é Champions League, tampouco Playstation, e sendo assim, um tostãozinho no musculo posterior da coxa estará isentos para o final do cotejo. Pobre Lahm, certamente pedirá no final do jogo a camiseta de Ronaldinho, como também a Pep Guardiola que o escale novamente como lateral. Finalmente virá a Taça. O choro. A chegada apoteótica em Confins. A gozação para os cruzeirenses não terá fim: Festejem o Brasileirão! Somos campeões do mundo...eis um sonho que não acaba nunca, como jamais deveria acabar este 2013 para o Atlético Mineiro.
O sistema de jogo foi o mesmo usado na temporada passada, assim como no exitoso primeiro semestre de 2013 - que rendeu um Campeonato Mineiro e a sonhada Copa Libertadores. A escalação sai de memoria e ficará pra sempre gravada no imaginário atleticano: Victor, Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Junior Cesár; Pierre e Leandro Dozinete; Tardelli, Ronaldinho, Bernard e Jô. É verdade que outros jogadores do elenco foram fundamentais durante a campanha; Alecsandro, Richarlyson, Guilherme, Luan e Josué sairiam do banco para vestir o traje de protagonista em momentos decisivos.
O caso mais emblemático é o do ponteiro Luan. Neste Brasileiro, o coringa atleticano foi o escolhido para substituir Ronaldinho após a grave lesão muscular ocorrida em Setembro. Uma saída desesperada de Cuca para uma lacuna impossível de ser preenchida. Sempre inventivo, Cuca também deslocou Diego Tardelli para a posição centralizada na linha de armadores - entrando muitas vezes como segundo atacante. No comando do ataque, Alecsandro teve que suprir as constantes ausências de Jô - ora na seleção, ora lesionado - como na vitória sobre o Cruzeiro no returno do Brasileirão.
Para o miolo de zaga, Cuca foi buscar o zagueiro Emerson na janela de transferência aberta durante a Copa das Confederações. O ex-jogador do Coritiba acabaria sendo bastante utilizado neste segundo semestre nas constantes ausências da dupla titular - formada por Leonardo Silva e Rever. Na cabeça de área, Cuca deu sequência para a dupla Josué e Pierre, graças aos recorrentes problemas físicos de Leandro Donizete.
Foi com esta base que o Galo encarou o Brasileirão - pra lá de Marrakesh, - a passos lentos, em ritmo de testes, mantendo o time quase sempre perto da zona do G4. O grande teste veio contra o líder Cruzeiro no returno. Vitoria merecida, conquistada no apagar das luzes, com um golaço de almanaque de Fernandinho. Foi justamente Fernandinho quem causou o anticlímax da vez, isso a pouco menos de um mês do começo do Mundial. Por problemas burocráticos, sua inscrição para o mundial foi sumariamente rechaçada pela FIFA, trazendo um novo dilema a ser resolvido por Cuca. Por sorte, Ronaldinho Gaúcho se recupera bem e estará em condições de jogar o Mundial. Luan, o quebra-galho numero 1 da equipe, novamente será o ponta-esquerda, enquanto Diego Tardelli deverá ser escalado, assim como no primeiro semestre, como extremo-direito do ataque.
Dessa forma, Cuca começa a projetar o iminente confronto contra o Bayern de Munique. O conjunto bávaro, agora delineado por Guardiola no compasso do tiki-taka, vem atuando nos grandes jogos quase sempre no 4-1-4-1. Phillip Lahm, clamado por muito como o melhor lateral do mundo, é a peça chave e a grande novidade no novo esquema do treinador catalão. Agora jogando como primeiro volante, Lahm agrega uma qualidade impar na saída de bola, além de dar liberdade para que Toni Kroos e Schweinsteiger alimentem o tridente ofensivo formado pelos ponteiros, Robben e Ribery, além de Thomas Müller - que vem atuando como uma espécie de falso 9. Para sorte do Galo, Schweinsteiger deverá perder o Mundial, pois será submetido a uma cirurgia delicada no tornozelo. Assim, Guardiola deve repaginar o time; possivelmente com Mario Götze como meia direita. Outra opção é a entrada do sempre eficaz Mandzukic. Com o centroavante croata como titular, Thomas Müller voltaria para o meio-campo, ou pelo extremo direito, revezando pelo setor com Robben - formação de sucesso na conquista da tríplice coroa na temporada passada sob o comando de Jupp Heynckes.
Parada duríssima para o Galo. Fator que valoriza ainda mais a possível conquista em Marrakesh. O atleticano sonha desde já... com Victor que estará impecável em Marrakesh, como naquela noite histórica no Horto contra o Tijuana; Thomas Müller há de sentir-se como um Reascos bávaro, incrédulo a cada chance perdida diante do paredão atleticano. Marcos Rocha e Junior Cesar frearão qualquer amague de Robben e Ribery, em uma aula de marcação implacável pelos lados do campo, ao passo que Rever e Leonardo Silva não somente irão parar com autoridade qualquer ímpeto goleador da dupla Mandzukic e Thomas Müller, como passarão ao ataque com a alma e o coração de um Dadá Maravilha, anotando gols memoráveis - um em cada tempo - com cabeçadas inapeláveis para Neuer.
Veremos Jô, que há de dar uma canseira monstro, ora em Boateng, ora em Dante, apresentando seus atributos para fazer tempo com seu corpanzil esguio de um autêntico pivô. Luan e Diego Tardelli, como sempre sagazes, serão fundamentais pelos lados do campo, combatendo as subidas de Rafinha e Alaba, com carrinhos e mais carrinhos, levantando cada tufo de grama para deleite dos marroquinos. E o que dizer da dupla de volantes? Pierre e Josué não deixarão qualquer espaço para Götze e Toni Kross, pois aqui não é Champions League, tampouco Playstation, e sendo assim, um tostãozinho no musculo posterior da coxa estará isentos para o final do cotejo. Pobre Lahm, certamente pedirá no final do jogo a camiseta de Ronaldinho, como também a Pep Guardiola que o escale novamente como lateral. Finalmente virá a Taça. O choro. A chegada apoteótica em Confins. A gozação para os cruzeirenses não terá fim: Festejem o Brasileirão! Somos campeões do mundo...eis um sonho que não acaba nunca, como jamais deveria acabar este 2013 para o Atlético Mineiro.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
A NOITE HISTÓRICA DA PONTE PRETA EM LINIERS
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
A VIDA DO SANTOS PÓS-NEYMAR
Para o torcedor santista, a temporada 2013 será lembrada pela despedida inevitável de Neymar. O Campeonato Paulista deixou em evidencia a Neymardependência do alvinegro da Vila Belmiro, eclipsada por uma pálida atuação nas finais contra o Corinthians. Na decisão, sem a presença de Walter Montillo, o Santos viu o rival levantar a taça atuando no 4-3-3 armado por Muricy; com Rene Junior na contenção, dando maior liberdade para a dupla Arouca e Cicero. Montillo - a grande contratação para 2013 - tampouco disse a que veio durante a campanha no estadual, ficando aquém daquele jogador que encantava a todos em sua primeira temporada pelo Cruzeiro. Logo na segunda rodada, chegava ao fim a era Muricy com muitos questionamentos e atritos internos com a diretoria. Para piorar, uma grave crise politica se abateu, deixando em cheque a administração de Luis Alvaro Ribeiro. O cenário caótico, somado a um verdadeiro desmanche no time, fazia com que os santistas olhassem com preocupação para o que viria no Brasileirão. Além de Neymar, o goleiro Rafael e o meia-atacante Felipe Anderson também deixaram a Vila. André - que acabou sendo reserva de Miralles em boa parte da campanha - teve uma discreta segunda passagem pelo Santos e também acabou liberado para defender o Vasco.
O Santos que foi a campo contra o Corinthians na decisão do Paulistão |
E o que dizer do Santos pós-Neymar? Sem grandes opões no mercado, Claudinei Oliveira foi o escolhido para substituir Muricy, primeiramente de maneira interina. A ideia era renovar o elenco com jogadores da base campeã da Copinha, capitaneada pelo próprio criador daquele time. Eis que, logo de cara, veio o amistoso contra o Barcelona, que colocou em ridículo os pupilos de Claudinei e a veterana defesa alvinegra. O jovem treinador escalou o Santos de maneira ingênua, com Cicero e Arouca como volantes, configurando um meio campo sem pegada, a convite do tiki-taka catalão. O 8 a 0 no placar foi um tapa na cara de todos, determinando mudanças drásticas para o começo do Brasileirão, principalmente no sistema defensivo, tão criticado por estar repleto de veteranos.
O divisor de águas: Santos humilhado pelo Barça em pleno Camp Nou |
O Santos foi urgentemente ao mercado, trazendo o lateral-direito Cicinho da Ponte Preta, além do canhoto Eugenio Mena - ala/lateral titular da seleção chilena. Na zaga, Claudinei apostou no jovem Gustavo Henrique, que fez um grande campeonato ao lado de Edu Dracena. No meio de campo, Claudinei acertou a dar a titularidade ao jovem Alison, seu velho conhecido dos times de base, que resolveu o problema na cabeça de área, consagrando-se com um dos jogadores que mais desarmam neste campeonato. Arouca foi recuado para atuar ao lado de Alison neste 4-2-3-1 de Claudinei, com a missão de cobrir as constantes subidas de Cicinho pelo setor. Com Montillo lesionado e as mudanças táticas processadas, Cicero ganhou liberdade para ser o condutor do time em boa parte da campanha. O meia tornou-se o principal artilheiro da equipe e um dos melhores passadores. No ataque muitas mudanças durante o campeonato, graças a inoperância de William José, somada a inexperiência de Neilton, Leandrinho e Gabriel. A solução, em partes, foi a contratação de Thiago Ribeiro, que atuou ora pela esquerda, ora no comando do ataque , como na goleada sob o São Paulo - talvez a mais relevante atuação do returno.
A melhor atuação na era pós-Neymar: 3 a 0 sobre o São Paulo pelo returno |
Com a volta de Montillo e a chegava de Everton Costa, Cícero foi deslocado para o extremo esquerdo da linha de armadores desse 4-2-3-1 armado por Claudinei Oliveira. A lesão de Thiago Ribeiro voltou a dar minutos a Willian José - que até o momento não disse a que veio na Vila Belmiro. O fato é que em vista a falta de planejamento da diretoria, o Santos - apesar da previsão dos pessimistas - não esteve nunca ameaçado de brigar pelo rebaixamento, mantendo-se inteiramente no meio da tabela, flertando em algumas rodadas com a zona da Libertadores. Para a temporada de 2014 será preciso definir a situação de seu treinador, além de contratações pontuais, principalmente para o comando do ataque.
A volta de Montillo e um esboço para 2014 no 4-2-3-1 de Claudinei Oliveira |
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